SEGURANÇA
Azeite impróprio para consumo era vendido em rede de supermercados
Uma rede de supermercados da região de Bauru e Botucatu, no estado de São Paulo, foi denunciada por um consumidor no dia 2 de janeiro por vender azeite fraudado. Fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estiveram na loja de Botucatu na mesma noite, por volta de 21h30, e solicitaram o recolhimento de 49 garrafas de 500 ml. O estabelecimento e o centro de distribuição da rede foram autuados.
De acordo com a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP), que representa o Mapa no Estado, a fiscalização constatou que o azeite da marca Vincenzo, do lote 19227 095, considerado ‘não conforme’ pelo Ministério, estava disponível para compra nas gôndolas. As análises laboratoriais oficiais confirmaram que os produtos não correspondem aos padrões de identidade e qualidade estabelecido no Regulamento Técnico do Azeite de Oliva.
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Os fiscais de Botucatu já solicitaram a relação da quantidade recebida do fornecedor e do total distribuído para as lojas. A rede tem 15 lojas na região e o Mapa já orientou também a retirada do produto da área de venda em todas elas. A empresa agora tem prazo para apresentar a defesa e haverá o julgamento do processo administrativo pelo ministério. Os produtos irregulares foram apreendidos.
Preços altos
O superintendente do Mapa em São Paulo, Guilherme Campos, lembra que a orientação aos consumidores é sempre desconfiar dos preços de azeite abaixo da média, pois seriam um indício de fraude. “No entanto, os valores do produto estão em alta. Azeite foi um dos produtos que mais subiu recentemente”, disse ele.
Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços do azeite aumentaram 26,69% de janeiro a outubro de 2023. O produto apreendido em Botucatu custava R$ 39,90 a garrafa (ou R$ 37,90 para três embalagens de 500 ml).
Um dos principais motivos para o encarecimento é a questão climática. Altas temperaturas e falta de chuva impactaram a produção de azeitonas na região do mediterrâneo, que representa cerca de 90% da produção mundial. Especialistas indicam que a alta do dólar e a guerra entre Rússia e Ucrânia também teriam influenciado a alta de preços.
O Centro de Distribuição também foi autuado pelo Mapa; produto estava na lista dos “impróprios para consumo” divulgada em dezembro, quando o Mapa divulgou uma relação de azeites fraudados em seu site. Consumidores podem conferir aqui. “Caso o consumidor tenha adquirido azeite fraudado, a orientação é que descarte o produto e não consuma. Se tiver a nota fiscal, deve levar ao mercado e solicitar a troca por um outro”, disse o chefe da regional do Mapa em Botucatu, Jean Joaquim.