Tecnologias digitais auxiliam em melhores resultados na produção agropecuária
Tecnologias digitais para a produção agropecuária são importantes para o desenvolvimento do agro e estiveram à disposição dos visitantes no stand da Embrapa na Feira do Conhecimento no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza (CE) que aconteceu nessa semana. Entre elas, os óculos de Realidade Virtual Aumentada e o Cubo Interativo 3D, que permitem visualizar a formação de um sistema de produção de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
Com tecnologias desenvolvidas pela empresa Meta (Facebook), os óculos permitem uma viagem virtual por fazendas com sistemas de produção ILPF, com possibilidade do usuário interagir nesse ambiente. Já o Cubo Interativo permite visualizar imagens animadas de propriedades com aplicação das tecnologias integradas: ao escanear o QR Code pela câmera do celular, o usuário pode girar o cubo e ver pastagens, animais, plantas e árvores em 3D, por meio de um filtro no Instagram.
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Os sistemas ILPF são alternativas para produção agropecuária sustentável, com possibilidade de adaptação aos diferentes biomas brasileiros. Com sua adoção, os produtores rurais podem conciliar as atividades de pecuária, produção agrícola (para alimentação humana e animal) e uso sustentável das áreas de vegetação nativa. Entre as vantagens destes sistemas estão a otimização do uso das áreas de produção; com diversificação da produção e da geração de renda; melhor produtividade e uso de insumos; recuperação de áreas degradadas; redução de gases causadores de efeito estufa. Em estados do Semiárido brasileiro, a Embrapa Caprinos e Ovinos tem investido em pesquisas para aperfeiçoamento de um sistema ILPF voltada para as condições do bioma Caatinga.
As duas ferramentas digitais que estiveram disponíveis no stand são uma iniciativa da equipe de comunicação da Embrapa responsável pela divulgação das tecnologias de sistemas ILPF. A empresa integra a Rede ILPF, também composta e co-financiada por Bradesco, Cocamar, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro. A Rede tem o objetivo de acelerar a adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) por produtores rurais, visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.
Genética do caju
A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE) levou uma mostra do Banco de Germoplasma do Cajueiro, o BAG Caju – maior banco de material genético de cajueiro do mundo. Em funcionamento há mais de 50 anos, o BAG Caju apresenta uma coleção formada por mais de 700 acessos e disponibiliza uma base genética que vem sendo utilizada para auxiliar no desenvolvimento de cultivares para diferentes fins, ambientes e condições de cultivo. Seja em laboratório ou no campo, os estudos buscam catalogar, monitorar e preservar as melhores características da variabilidade genética do cajueiro.
O BAG Caju foi o responsável por enviar sementes de cajueiro para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard, na Noruega. Conhecido como arca do fim do mundo, o banco genético funciona em uma geleira e recebe sementes do mundo todo, como cópias de segurança para garantir a alimentação no planeta no caso de catástrofes.
A produção de madeira para móveis no semiárido foi outra novidade apresentada. Pesquisadores conseguiram produzir espécies viáveis nas condições da região: solo arenoso e clima quente com ventos que favorecem o tombamento das árvores. A pesquisa busca auxiliar o pólo moveleiro cearense, dependente de matéria-prima fornecida por outras regiões.
Tecnologias para pecuária
A equipe da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE) também levou ao stand equipamentos de laboratório que dão suporte às tecnologias de controle integrado de verminose e inseminação artificial transcervical em caprinos. Esses processos, recomendados pela Embrapa, permitem, respectivamente, otimizar esforços para controle de parasitas e para melhores resultados no manejo para reprodução dos rebanhos.
Para o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, Cícero Lucena, a Feira foi oportunidade para divulgar a Ciência, especialmente para o público jovem interessado no assunto. “É muito importante despertar e sensibilizar crianças e adolescentes sobre o papel das Ciências Agrárias na contribuição para uma agricultura sustentável, uma produção de alimentos seguros, a preservação do meio ambiente por meio do desenvolvimento de tecnologias, inovação e empreendedorismo”, ressalta ele.
(Com Embrapa)