FRUTICULTURA
Santa Catarina usa tecnologia para melhorar a produção de maçãs
Santa Catarina é o maior produtor de maçãs do Brasil. Na safra 2022/23 o Estado produziu 555.195 toneladas da fruta, numa área de 15.302 hectares, informa o Observatório Agro Catarinense, com dados da Epagri/Cepa.
Muito desse resultado se deve ao trabalho de pesquisa e extensão da Epagri, que desenvolve e difunde tecnologias para aumentar a produtividade e sustentabilidade dos pomares de maçãs do Estado. Uma dessas tecnologias é o uso de sensor LiDAR para avaliação do manejo de pomares de macieira.
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O sensor LiDAR (Light Detection and Ranging) utiliza pulsos laser, que geram uma nuvem tridimensional de pontos dos objetos-alvo. “Os dados obtidos a partir deste sensor permitem gerar informações sobre o desenvolvimento da planta ao longo do ciclo, bem como informações morfológicas como altura, superfície e dimensão de uma planta ou pomar”, detalha Gabriel. O pesquisador explica que estes parâmetros são importantes para a definição do manejo do pomar e das melhores práticas culturais a serem adotadas.
Redução de tempo e trabalho
Para a obter as imagens, o sensor é acoplado a um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), mais comumente conhecido por drone. Segundo Gabriel, o uso de sensor embarcado em drone permite reduzir o trabalho e o tempo de aquisição dos dados de campo e aumentar a precisão das estimativas e modelos produzidos a partir dos dados coletados.
A produção de maçãs em Santa Catarina vem passando por mudanças provocadas pela adoção de sistemas de condução mais adensados, resultantes do uso de novos porta-enxertos ananizantes. A Estação Experimental da Epagri em Caçador vem testando sistemas como Muro Frutal, utilizando diversos porta-enxertos para diferentes variedades de copa desenvolvidas pelos pesquisadores da Empresa.
De acordo com Gabriel, a alta demanda de mão de obra torna a coleta de dados sobre altura de planta e volume de copa, por exemplo, muitas vezes inviável em experimentos fatoriais nas condições ótimas de condução. Ele explica que o uso de sensor LiDAR acoplado a drone pode ajudar não só na otimização da coleta de dados, mas também na precisão das informações geradas, visto que, ao invés de se usar amostragens, pode-se utilizar todas as plantas do tratamento.
É o que mostram as imagens coletadas em Caçador e exibidas no Congresso. Elas retratam um sistema muro frutal que contempla um experimento de duas cultivares copa, Monalisa e Luíza, enxertados sobre sete diferentes porta-enxertos.
Na comparação das duas imagens, é possível ver a diferença de desenvolvimento das plantas, causada pelos diferentes porta-enxertos, demonstrando, assim, o potencial desta ferramenta para a análise da influência de porta-enxertos sobre o vigor da cultivar. Gabriel ressalta que ainda precisam ser desenvolvidos algoritmos para cálculo de tamanho e volume das plantas, o que proporcionará uma otimização de tempo e mão de obra na avaliação deste tipo de experimento.
(Por Isabela Schwengber – Agência catarinense de notícias)