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Preço da mandioca acumula queda de quase 50%

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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A maioria das indústrias de fécula já está em recesso, principalmente para as manutenções anuais. Assim, poucas unidades têm mantido o recebimento de mandioca, com apenas algumas devendo seguir com as atividades de moagem nas próximas semanas.

Segundo pesquisadores do Cepea, a menor demanda combinada ao maior interesse de venda de produtores de parte das regiões pressionaram as cotações da raiz; as baixas só não foram maiores por conta da demanda de farinheiras que vêm buscando manter o esmagamento.

 

Entre 18 e 22 de dezembro, o valor médio da tonelada de mandioca posta fecularia, a prazo, foi de R$ 577,50 (R$ 1,0043 por grama de amido), queda de 0,41% sobre o intervalo anterior. Em termos reais, a desvalorização em 12 meses é de 49,3% (deflacionamento pelo IGP-DI de dez/23).

Paraná busca ações para impulsionar a produção de mandioca

No Paraná, o investimento em pesquisa e tecnologia é uma das soluções para potencializar as indústrias de fécula. O assunto foi debatido nesta semana em uma reunião do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) e representantes do setor privado, em Nova Londrina, no Noroeste do Paraná neste ano.

Além de Nova Londrina, que tem uma das principais fábricas de derivados de mandioca, o encontro reuniu empresários das cidades de Loanda, Itaúna do Sul e Paranavaí (distrito de Graciosa).

O Paraná é vice-líder na produção da raiz, atrás do estado do Pará, mas é o principal produtor de fécula de mandioca do Brasil, com cerca de um terço do volume nacional. O alto potencial de industrialização faz com que o produto paranaense seja valorizado em outros estados.

Com ações de parceria, o objetivo é ampliar o potencial de produção e comercialização, gerando mais emprego e renda. Mecanização da produção e investimento em genética são recursos importantes para o crescimento do setor.

A região de Paranavaí concentra o principal complexo industrial da mandioca. “O que falta para ampliarmos nossa presença no mundo é ampliar a capacidade de produção, e para isso é preciso reduzir os custos”, disse o proprietário da Lopes Alimentos, Paulo Montagner Lopes.

No ano passado, a indústria produziu 244,79 milhões de quilos da raiz e comercializou 38,55 milhões de quilos de fécula, além de produtos como tapioca e polvilho.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara falou sobre a importância de ações conjuntas. “Precisamos fazer essa aproximação. Investir em pesquisa junto ao setor privado, unidades didáticas e de referência, investir em genética, com foco em resultados, para fazer mais em menos tempo”, disse.

AVANÇOS – Parte das soluções está no aproveitamento da pesquisa e da extensão. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, reforçou que a estrutura das estações de pesquisa está aberta para receber os produtores.

Dias de campo e palestras organizadas pelo Instituto são exemplos de ações que podem estimular a produtividade do setor.

Souza destacou ainda um termo de cooperação que o IDR-Paraná assinou com a Secretaria de Estado da Educação para desenvolver projetos em colégios agrícolas, o que ajuda a qualificar a mão de obra para a indústria.

PRODUÇÃO – Para a safra 2022/2023, o Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 135,6 mil hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em área (7%). No ciclo passado, o Paraná havia colhido 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares.

Em visita a Paranavaí, nesta semana, a equipe do Sistema Estadual de Agricultura esteve na sede da fecularia Pioneira, no distrito de Mandiocaba, para conhecer o processo de produção.

(Com Cepea e AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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