AGRICULTURA
Já pensou ver embaixo do solo o resultado de um bom manejo? É isso que alunos da UNIGUAÇU fizeram
É um experimento onde o produtor rural consegue visualizar o solo e as raízes das plantas, massa verde, cobertura seca da braquiária e descompactação, foi isso que os alunos de engenharia agronômica da UNIGUAÇU desenvolveram e apresentaram durante o Dia de Campo.
Um projeto que mostra na prática o quanto é importante utilizar manejos conservacionistas e como a adubação verde com plantas de cobertura que podem auxiliar os bons resultados de solo, uma trincheira que estuda o sistema radicular das plantas.
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“O pessoal aqui do quarto período plantou braquiária ruziziensis e o trigo mourisco, que são duas espécies utilizadas como plantas de cobertura. A ideia é a rotação de culturas e a implementação do plantio direto, que a gente sabe todos os benefícios que traz é manutenção de umidade, melhoria do perfil do solo, ciclagem de nutrientes. Aí depois eles abriram a trincheira e a gente consegue observar o desenvolvimento desse sistema radicular, principalmente da braquiária, que é extremamente agressiva. Então a gente pode observar aí mais de 30, 40 centímetros de profundidade com as raízes e isso é extremamente importante para a descompactação do solo, a ciclagem de nutrientes. Então, trazer os nutrientes que estão mais a fundo do perfil do solo, trazer para cima e sem contar a grande quantidade de cobertura que isso traz. Pensando nesse ano, principalmente, que nós estamos passando com bastante chuvas, então essa cobertura é extremamente importante para evitar os processos erosivos em perda de solo, nutrientes, água”, Graciela Dalastra, coordenadora do curso de engenharia agronômica da UNIGUAÇU.
Nem sempre o produtor rural consegue fazer isso na propriedade. Por mais que ele plante e faça a cobertura, ele entende que é importante, mas ele não consegue fazer esse corte nessa profundidade de 30 centímetros. E é muito impressionante ver onde a raiz chega.
“Por isso que esses dias de campo, esses experimentos, são bastante práticos. Então o produtor consegue visualizar e realmente não fica só naquilo de falar, aprofunda o sistema radicular, é um sistema radicular agressivo e o produtor consegue ver e observar. Não só os produtores, mas os alunos que a gente fala bastante em sala da importância do sistema de plantio de direto, então eles conseguem visualizar na prática”, explica a coordenadora.
O produtor rural normalmente vê o resultado em cima da terra e aqui os alunos conseguem identificar o que está acontecendo embaixo do solo e também já sai muito mais preparado.
“Eles conseguem fazer a parte da classificação do solo mesmo. Professora Viviane, que é a nossa professora de classificação de solo, também trabalha isso, mostrando os perfis dos solos, as camadas do solo. Então, realmente é possível integrar todas as disciplinas”, detalha Graciela.
Uma das acadêmicas que ajudou no desenvolvimento desse projeto, fez o trabalho aqui desde o começo da plantação, depois a trincheira percebe a importância de realizar trabalhos assim.
“Eu acredito que com esse trabalho a gente aprendeu muito sobre o sistema radicular das culturas, o quanto tanto o trigo como a braquiária podem trazer de matéria seca para o solo, melhorando essa estrutura. A braquiária com o seu sistema radicular, ela aumenta a caixa d’água, a capacidade do solo de reter água para uma época de seca. Isso é muito bom para a gente e acredito que incrementando tanto a braquiária na entressafra ou em consórcio com o milho, que também pode ser utilizado, vai auxiliar muitos produtores. Também melhora a estrutura do solo, traz uma adubação verde excelente. Então, acredito que saindo daqui a gente conseguindo implementar isso para os produtores, os parceiros futuramente, vai ser muito bom, porque o solo a gente vai tirando e uma hora a gente tem que nutrir ele também e melhorar a estrutura dele fisicamente e quimicamente”, disse Aline Santana, aluna do curso de engenharia agronômica da UNIGUAÇU.