AGRICULTURA
Cultivo protegido é alternativa para controlar danos com excesso de chuvas
O cultivo protegido é uma alternativa para garantir o desenvolvimento de diversas variedades de plantas mais sensíveis, como hortaliças e flores, com redução de danos causados por fenômenos climáticos, como chuvas intensas. Embora as estufas ou casas de vegetação tenham surgido nos países com climas de inverno rigoroso, são também muito úteis em países tropicais, como o Brasil, desde que os produtores sigam adaptações ao nosso clima.
Essas estruturas podem ser bem simples, construídas com materiais baratos e de fácil acesso, mas há também diversas opções com tecnologia mais avançada, para controlar melhor o ambiente de crescimento das culturas, como resfriamento e controle de umidade. Neste caso, o custo de implantação é naturalmente maior e demanda um estudo técnico mais apurado, para verificar o retorno financeiro do investimento. O engenheiro agrônomo Georgeton Silveira, coordenador estadual de Olericultura da Emater-MG, apresenta alguns cuidados para a construção de uma casa de vegetação.
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“É importante escolher um local que não seja encharcado. Não deve também ser um terreno muito inclinado, pois isso dificulta a instalação dessa casa de vegetação. E deve ser feita uma verificação de que tipo de estrutura é mais adequada – tem o tipo capela, ou em arcos, por exemplo. Então, isso vai depender dos materiais que existem na propriedade ou possam ser adquiridos mais facilmente, para baratear a implantação”, explica.
O coordenador da Emater-MG ressalta que outro cuidado é definir o pé direito, ou seja, a altura do teto, que deve ser maior em regiões com temperaturas ambientes mais elevadas, para favorecer a ventilação. E os plásticos utilizados para as coberturas e proteções laterais devem ter tratamento com proteção solar, pois do contrário o material terá baixa durabilidade, o que poderá causar um prejuízo considerável para o produtor.
Georgeton Silveira destaca ainda a importância de conhecer a direção dos ventos no local, para evitar danos à estrutura. A construção deve ser feita paralelamente aos ventos dominantes na região, o que assegura maior estabilidade da cobertura. E, além da proteção contra as intempéries, o cultivo em casas de vegetação ou estufas também proporciona melhor controle de doenças e pragas do que no cultivo em campo aberto.
Parceria
No município de Belmiro Braga, na região da Zona da Mata mineira, a prefeitura, em parceria com o escritório local da Emater-MG, desenvolve um projeto de instalação de estufas para a produção de alimentos. O objetivo é apoiar a Feira do Produtor Rural, realizada uma vez por semana, há cerca de um ano.
Lá, as estufas são destinadas principalmente para a produção de hortaliças folhosas pois, nos meses de verão, esses produtos são os mais prejudicados pelas chuvas intensas. Com o cultivo protegido, o projeto deve garantir uma oferta contínua de produtos na feira, aumentando a renda dos produtores e o acesso dos consumidores a produtos de maior qualidade.
O projeto foi desenvolvido pela Emater-MG e a secretaria municipal de obras ficou responsável pela instalação das estruturas. De acordo com o extensionista agropecuário da Emater-MG em Belmiro Braga, Rafael Monteiro, a princípio, foram selecionadas quatro famílias rurais para receberem as estufas em suas propriedades. A Prefeitura monta a estrutura em madeira, com cobertura, e a proteção lateral fica por conta dos produtores.
“As estufas construídas têm como principal objetivo proteger as culturas da chuva. Já em relação ao granizo, é possível amenizar a ação das pedras de gelo sobre as plantas, mas não é possível garantir proteção total, pois depende da intensidade do fenômeno climático”, explica o engenheiro agrônomo Rafael.
O extensionista Cândido Antônio da Rocha, também da Emater-MG em Belmiro Braga, ajudou a organizar a visita dos profissionais da Prefeitura municipal a agricultores de Juiz de Fora que já adotam esse sistema, além de contribuir para o projeto da instalação das estufas para hortaliças.
(Por Agência Minas)