Foto: Reprodução/Governo de São Paulo

Regulamentação pode alavancar produção de cogumelos

Redação Sou Agro
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Foto: Reprodução/Governo de São Paulo

Um mercado que movimenta cerca de US$ 50 bilhões por ano e que pode dobrar de tamanho nos próximos sete anos, ultrapassando os US$ 100 bilhões. Essa é a estimativa de uma consultoria norte-americana para o mercado de cogumelos comestíveis no mundo. E São Paulo pode pegar carona nessa onda de crescimento e alavancar a produção no campo, principalmente de shimeji e shitake, cuja demanda tem aumentado nos últimos anos por aqui, impulsionada pela culinária oriental.

Mas para atender essa expectativa tão positiva, o estado, maior produtor nacional de cogumelos, precisa ultrapassar alguns entraves, como a regulamentação da atividade agrícola e a falta de um censo sobre o volume e a quantidade de produtores que se dedicam à atividade. Essas questões têm sido amplamente discutidas durante as reuniões da Câmara Setorial de Fungos e Cogumelos, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

E os encontros têm surtido efeito. O setor está a um passo de regularizar a atividade como fungicultura, pois tramita na Câmara dos Deputados um pedido para que isso aconteça. Atualmente, a atividade está enquadrada no ramo da olericultura, que regulamenta a produção de legumes e verduras. “A produção de cogumelos tem suas especificidades, não podemos, por exemplo, vender em bancas abertas sem refrigeração”, alerta Suzana Lopes de Araújo, presidente da Câmara Setorial de Fungos e Cogumelos. Para ela, a regulamentação vai contribuir para o desenvolvimento e a organização da cadeia produtiva.

Além disso, o setor não possui um censo oficial com dados atualizados. Um levantamento feito pelos próprios produtores há alguns anos, indica que existem hoje no país, cerca de 2 mil produtores, sendo que metade fica em São Paulo, principalmente na região de Mogi das Cruzes. “Muitos agricultores não informam quanto produzem e não possuem estrutura adequada para a atividade”, ressalta Suzana.

Para o coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da SAA, José Carlos de Faria Junior, a organização da cadeia produtiva é fundamental para a criação de políticas públicas em prol do setor. “Os técnicos dos institutos estão à disposição dos produtores para disseminar técnicas e práticas que contribuam para a melhora da qualidade e da produtividade dos cogumelos paulistas”, afirma José Carlos.

Como o trabalho realizado pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que possui uma linha de pesquisa para a avaliação gastronômica de produtos agrícolas em desenvolvimento, no qual o cogumelo é um dos atores principais. Em parceria com renomados chefs de cozinha, os pesquisadores da Apta fazem testes para melhorar a qualidade e até a forma de apresentar esse produto para o consumidor. “É um trabalho bastante inovador, com o objetivo de quebrar paradigmas”, afirma Daniel Gomes, diretor da APTA Regional e presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo.

Inovador como a apresentação da agência “Cogumelo Além do Trivial” no Mesa São Paulo, um dos maiores eventos de gastronomia do país. “Junto com a chefe de cozinha Carla Keiko fizemos uma feijoada de cogumelos pouco conhecidos no mercado”, ressalta.

Os tipos mais consumidos de cogumelos comestíveis no país são o shitake, champignons, shimeji-preto, cogumelo de palha, cogumelo branco leitoso e reishi.  Além disso, cogumelos não comestíveis também são utilizados pelas indústrias farmacêuticas e pela nutracêutica, que adotaram esses ingredientes pelas propriedades que auxiliam no tratamento da hipertensão e colesterol.

Atenta a esse mercado de nutracêuticos, a presidente da CS de Fungos e Cogumelos, produz em sua empresa, a Suzana Shitake, um pó de cogumelos feito a partir de shimeji e shitake, com alto valor agregado. E agregar valor aos produtos é uma das estratégias de vendas da Suzana, que além dos produtos frescos, também possui uma linha de congelados à base de cogumelos, como lasanhas, nhoques e  almôndegas, cuja demanda foi impulsionada pela pandemia de Covid-19, em 2020.

Além da produção, Suzana também apostou no turismo rural em sua propriedade, que fica no município de Cunha, no interior de São Paulo. “As vendas no local para os turistas já respondem por 40% do faturamento”, comemora a empresária rural.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, os fungicultores são muito importantes para o agro paulista, além de geradores de emprego e renda, produzem de forma sustentável um alimento saudável e nutritivo. “Uma das premissas do governo do Estado, é apoiar os pequenos agricultores paulistas, e a maioria dos fungicultores de São Paulo são familiares e precisam de assistência técnica e financeira para crescer”, ressalta o secretário.

(Por Governo de São Paulo)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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