AGRONEGÓCIO
Catástrofe econômica: Estiagem castiga, atrasa plantio e compromete safrinha
No Estado do Mato Grosso os produtores vivem a safra mais preocupante dos últimos tempos . Por causa da seca o plantio está atrasado. Em algumas regiões, a estiagem se arrasta por mais de 30 dias e já inviabilizou a o plantio do milho safrinha. Tem agricultor que já viu o custo de produção disparar porque arriscou o replantio. Outros desistiram.
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O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que cerca de 83,32% dos cerca de 12.2 milhões de hectares foram semeados. O gerente de relacionamento e logística da Aprosoja-MT, Evandro Carmo Thiesen, reconhece gravidade. “O atraso das chuvas nessa safra, seguido das altas temperaturas, característicos do fenômeno El Niño, tem causado grandes prejuízos aos produtores. Significa uma ameaça de catástrofe econômica. O atraso no plantio da soja, além de prejudicar a cultura e trazer menor produtividade vai retardar o plantio da melhor época do milho segunda safra. Com certeza teremos redução do plantio da área de milho e um efeito negativo na economia de Mato Grosso muito grande”. Com isso, a Aprosoja-MT percorreu as principais regiões produtoras visitando os produtores e conhecer de perto a realidade de cada área do Estado.
Confira os depoimentos:
“A produtividade de soja de 2023/2024, pelo agravante do clima, já causou uma redução de 25 a 30% na produção. Em parte das lavouras que foram plantadas já precisamos fazer replante de bordaduras. Houve uma má germinação de algumas plantas por baixo vigor por condições de clima. Não chove e não sabemos agora se vai acontecer ou não um replantio”.
“Esse ano está com atraso de 20 dias em relação o ano passado. Tem uma parte que plantei mais cedo e de 300 hectares já replantei 120 hectares. Aqui na minha área, depois que fiz o último plantio ficou 20 dias sem chuva. Eu já reduzi a minha área em 70%. Eu vou plantar 30% do normal”.
“Está muito pior que no ano passado por falta de água, já são 25 dias sem chuva. Vou cancelar 60% e vou plantar só uns 40%”.
“No ano passado até o dia primeiro de novembro a gente já tinha 81% da área da fazenda semeada com soja. Pra nós, aqui, já ficou inviável o cultivo de milho safrinha. Se a gente for fazer uma conta simples, se chovesse hoje e a gente semeasse um material de 120 dias de ciclo, iríamos colher o material por volt ado dia 6 de março. Então já extrapolou a janela e ficou inviável. Não vamos ter condição de fazer o cultivo do milho. Cancelamos compras, o impacto é muito grande. Temos confinamento de gado na fazenda e vamos ter que buscar no mercado um milho de provavelmente um preço mais alto pra suprir a demanda”.
“A falta de chuva está prejudicando muito o desenvolvimento das plantas. O plantio está atrasado de 15 a 20 dias, em algumas regiões até mais. O desenvolvimento das plantas não é satisfatório. Consequentemente a gente já imagina que isso vai ser afetado na produtividade. Temperaturas muito altas, sementes acabam nem germinando”.
“Foi um plantio muito preocupante, já tinha conhecimento de que íamos passar um período de pouca chuva. A onda de calor muito forte e atrasou o plantio. Na propriedade ficamos 15 dias parados. Optamos por plantar a variedade mais precoce e sentimos mais o estresse do desenvolvimento da cultura. Tivemos uma perda significativa de produtividade. Mesmo que agora normalize o clima, não vamos fazer a safra que consideramos no passado”.
E torno de 12 dias atrasado. Atrasou chuvas e foram muito irregulares. A soja está sofrendo. Acredito na redução média de 12 a 15% de produção. O ano passado foi muito bom. Mas agora estamos sofrendo demais com a estiagem, é desparelho, talhões de um lado dá dois milímetros de chuva, do outro lado dá dez e de repente não dá nada. Nascimento muito ruim e não conseguimos ter estande esse ano nas plantas. O ano passado a gente conseguiu 64 e esse ano 55 sacos seria uma meta boa. Eu acredito que uns 30 a 40% não será plantado milho (redução percentual de milho)
“Terminamos a planta com 57 dias, tudo com chuvas pequenas, de sete a dez milímetros. Vai quebrar muito a safrinha e a própria safra de soja, porque nossa soja não desenvolveu, não está desenvolvendo e muito manchado. Nas minhas lavouras, calculo uma quebra de uns dez sacos. Como tivemos sorte de plantar cedo, vamos manter uma área de milho”.
Clique aqui para assistir à reportagem com todos os depoimentos dos produtores rurais
(Com Aprosoja-MT)