Foto: Aires Mariga
AGRONEGÓCIO

Trigo catarinense teve queda de 39% em setembro

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo fecharam o mês de setembro com queda de 39% em relação ao mesmo mês de 2022. Essas informações estão no Boletim Agropecuário de outubro, publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) que reúne informações conjunturais sobre alguns dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina. O trigo também foi uma das culturas mais afetadas pelas chuvas volumosas de outubro, o que deve comprometer as condições da lavoura.

Segundo o documento, a grande oferta do trigo no mercado mundial tem pressionado as cotações para baixo. “A Rússia tem disponibilizado trigo no comércio internacional a preços mais baixos, aspecto que já provoca alterações  no  cenário  da  América  do  Sul”,  revela o Boletim Agropecuário.

Em todo o Estado, até a última semana de setembro, aproximadamente 53,5%da área destinada ao plantio de trigo nesta safra encontrava-se em fase de florescimento; 39%, já havia alcançado a fase de maturação; aproximadamente 15% da área já havia sido colhida e apenas 7,5% se encontrava ainda em desenvolvimento vegetativo.

Arroz

Em setembro, os preços ao produtor de arroz continuam com a tendência de aumento iniciada em julho. O comportamento observado dos preços segue o esperado e outros fatores tendem a manter o mercado aquecido, como as exportações e a relação estoque consumo baixa (em razão da quebra da safra gaúcha e, consequentemente, a menor produção brasileira).

A safra de 2023/24 teve início e aponta expectativa de área estável e redução na quantidade produzida. O excesso de chuvas ocorrido no Estado afetou áreas produtoras de arroz, especialmente no Alto Vale do Itajaí, no entanto, a estimativa de perda ainda está ocorrendo e algumas áreas deverão ser replantadas, aproveitando a janela de plantio. Nas demais regiões, o excesso de chuva prejudicou a condução dos tratos culturais, especialmente a aplicação de herbicidas, o que poderá acarretar em problemas com plantas daninhas no decorrer da safra.

Feijão

No mês de setembro, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca fechou em R$151,40/sc de 60kg, redução de 2,19% em relação ao do mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio permaneceu estável, fechando a média mensal em R$214,74/sc de 60kg.  Na comparação com agosto do ano passado, para o feijão-preto, registrou-se um incremento de 18,71% na variação anual.  Até o momento, para a 1ª safra de feijão, espera-se um plantio de 32,5 mil hectares, crescimento de 6% em comparação com o da safra passada. A produtividade média esperada é praticamente a mesma da alcançada anteriormente. Com isso, espera-se um crescimento de 5,8% na produção, no entanto, as chuvas intensas na primeira quinzena de outubro devem impactar no rendimento da cultura em algumas regiões.

Milho

Os primeiros números mostram uma redução de área de 4,1% do milho em Santa Catarina. Os preços ao produtor se mantêm estabilizados nos últimos três meses em um patamar baixo, no entanto alguns fatores entram no cenário que podem levar a recuperação dos preços até final do ano. Os impactos das chuvas já mostram a redução do rendimento, mas os levantamentos ainda estão sendo feitos.

Soja

A estimativa inicial para a safra 2023/24 mostra novamente um crescimento, agora de 1,7% na área a ser plantada referente à safra anterior. A produção total prevista é de 2,9 milhões de toneladas na primeira safra.  As incertezas sobre a produção dos Estados Unidos, a valorização do dólar frente ao real e ausência de parte dos agricultores do mercado nacional, além das exportações recordes no ano e a demanda por parte das indústrias de biodiesel em julho a  setembro, impulsionam os preços no mercado interno.

As exportações do complexo soja de Santa Catarina tiveram o maior desempenho no acumulado até setembro em relação aos últimos três anos. Até o período foram exportadas 1,24 milhões de toneladas, 23,5% superior ao mesmo período do ano anterior. A maior consequência do excesso de chuvas em outubro está sendo no atraso da semeadura em algumas regiões.

(Fonte: Epagri)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)