A utilização de acupuntura para o tratamento de doenças em humanos é relativamente comum e vem se fortalecendo ao longo dos anos. Há quem tenha pavor das agulhas, mas há também os que não abrem mão das sessões e comemoram benefícios.
E diante dos bons resultados alcançados pela técnica, a Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) resolveu desenvolver uma proposta de uso de acupuntura para o controle de mastite subclínica no úbere das vacas. A técnica consiste no estímulo, através de agulhas, calor, eletricidade ou laser, de pontos específicos do organismo, promovendo a regeneração dos tecidos e suas funções.

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De acordo com o IDR, a acupuntura no meio rural é uma alternativa para tratamento de diversas doenças que acometem o gado, desde problemas ósseos e musculares, questões nutricionais e de ordem reprodutiva, até o controle de mastites (infecções dolorosas do tecido mamário), clínicas e subclínicas. Mas é importante ressaltar que a aplicação é feita por especialistas.
Segundo a médica veterinária Fabiola Fernandes Schwartz, a aplicação da acupuntura para o tratamento da mastite subclínica leva ao menor uso de antibióticos, e, consequentemente, menor risco de resíduos no produto final. “Além disso, tem-se um ganho na qualidade do leite e na diminuição dos riscos de disseminação da infecção no rebanho”, afirma.
Ainda de acordo com Fabiola, a resposta ao tratamento com acupuntura é rápida, mas depende da energia do animal. “Um animal fraco vai responder mais devagar, mas na verdade, a resposta pode ser imediata”, explica.
Evandro Richter, médico veterinário do IDR-Paraná, destaca o pioneirismo com acupuntura em mastites na Estação de Pesquisa em Agroecologia. “Termos parceria com outros profissionais, outras instituições, o que é fundamental para o crescimento da agroecologia e o crescimento desse conhecimento e transmissão dele para os agricultores”, afirma.
Ele ressalta que no local são trabalhadas terapias alternativas permitidas pela legislação, o que pode resultar em novos usos na produção comercial. “Trabalhamos com homeopatia, fitoterapia, florais e, agora de forma inédita, com acupuntura no controle de mastite e células somáticas”, complementa.
A Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná fica em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e é a única área pública do Brasil certificada como orgânica. São mais de 17 anos dedicados à agricultura orgânica e agroecologia, e um dos destaques é a produção de leite orgânico.
Essa produção envolve vários aspectos, como a reestruturação do solo, com a introdução das árvores na pastagem, que vão colaborar tanto com a fertilidade como com o bem-estar dos animais, e o manejo adequado da pastagem.

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(Redação Sou Agro/Sou Agro)