É em Toledo, mais precisamente no distrito de Bom Princípio, o endereço de uma paisagem encantadora e que vem conquistando corações e reunindo centenas de visitantes. Alfazenda, uma fazenda de lavandas, um mar lilás que enche os olhos de quem conhece e aquece o coração da proprietária, a engenheira civil, Rosilene Welter de Barros e Silva. “Essa fazenda, de cerca de 70 alqueire, é da minha família há muito anos. O forte dela é plantio de milho, soja e trigo, mas tinha um espacinho, um cantinho que é muito especial, com muita árvore, um córrego, o espaço antigamente era usado como pastagem. E em uma das viagens da minha filha, que é arquiteta paisagista, ela trouxe muito fotos e produtos da França, de Provance. E aí surgiu a ideia de fazer um campo de lavandas aqui no Brasil”, conta entusiasmada.
Mas o caminho entre o desejo e a materialização foi longo. “Começamos com as pesquisas, que demoraram bastante porque não tem literatura e o tipo lavandas que tem aqui no Brasil são bem diferentes do que tem na França. Lá no verão eles tem cerca de 15 horas de sol, e aqui temos 12 horas. Então fomos em busca de uma espécie de lavanda que fosse cultivável aqui no Brasil, foi aí que encontramos a Lavandula Dentata, que é a que temos hoje na fazenda. Ela é canforada, energética, não tem nada a ver com a lavanda francesa que é mais relaxante”, explica Rosilene.

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A fazenda começou com quatro mudas, que se multiplicaram. “Nós começamos o plantio da lavanda em 2018, fazendo as mudas na propriedade. Comecei com 4 pezinhos e hoje tenho 10 mil pés. Foi um trabalho bem de formiguinha, tudo irrigável por gotejamento, tivemos que fazer poço artesiano, barracão, montar uma estrutura mesmo” complementa.

Foco em óleos essenciais virou turismo
A ideia iniciar não era ter um espaço turístico, mas concentrar esforços na produção de produtos. “Nosso foco era a produção de óleos essenciais e hidrolatos, tanto que nós temos montado na fazenda uma destilaria artesanal, fabricamos bastante e ainda hoje fazemos isso, porque nós temos uma florada por ano e aí a lavanda tem que ser podada, temos que fazer o corte todo dela, deixarmos apenas uma parte e ela rebrota. Então deixamos a florada dela de agosto até janeiro mais ou menos esse material cortado vira óleo essencial e hidrolato. Mas aí com o tempo começamos a observar que as pessoas procuravam muito a gente pra ver o lavandário então surgiu a ideia de fazer visitações. No início não sabíamos como fazer, e foi por meio de parceria com uma empresa de turismo rural que organizamos. Durante a época da florada a gente vai marcando as visitações que são abertas normalmente ao público aos domingos das 9h até 11h30 da manhã”,  relata a proprietária da Alfazenda.

Uma experiência inesquecível
O que começou, em 2022, com um passeio por entre as lavandas virou uma verdadeira imersão no encantador mundo lilás. “Junto com as visitações a gente vende as flores frescas, óleo essencial, hidrolatos, e tem outras parcerias também que vão ao lavandário com sabonetes, velas, artesanato, biscoitinhos tudo decorado com lavanda. Assim após a visitação tem uma feira de artesanato, um atrativo a mais pros visitantes. Temos ainda as sessões de fotografia que são marcadas também pela empresa de turismo, isso durante a semana. O ponto alto é a colheita de ramalhetes, colher lavanda é uma experiência fantástica, o perfume é incrível. As vezes a gente vê a pessoa chegando meio cansada, desconfiada e sai tão feliz de lá. Isso nos dá um prazer tão grande de ver que as pessoas apreciaram algo que a gente faz com tanto carinho” conta emocionada.
O empreendimento tem alta demanda de mão de obra e investimentos, os desafios são muitos, mas nada que abale a satisfação com que os visitantes deixam a fazenda. “Retorno financeiro talvez tenhamos em alguns anos, mas isso não me preocupa muito não, o que importa é proporcionar algo de diferente para as pessoas verem”, finaliza Rosilene Welter. As visitas devem ser agendadas e custam de R$40, 00 e R$ 60, 00 reais dependendo do lote do agendamento.

Florada dos girassóis
Além do lilás, em novembro o amarelo também toma conta do espaço. Em outra área da fazenda são cultivados girassóis, a florada acontece em novembro e dura cerca de 30 dias. A visitação também deve ser agendada.

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(Redação Sou Agro/Sou Agro)