Estresse hídrico e altas temperaturas desafiam a germinação

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Jonathan Campos/AEN

 

As estações parecem ter perdido a referência. No inverno fez verão. No Rio Grande do Sul as enchentes resultaram em prejuízos incalculáveis. No Paraná as altas temperaturas desafiaram os produtores que mesmo preocupados laçaram as sementes de soja ao solo para cumprir com o plantio dentro dos prazos da janela estipulada pelo Ministério da Agricultura.

E agora? No Oeste do Paraná, uma das regiões campeãs em produtividade, o tempo segue abafado e sem chuva suficiente para garantir a umidade necessária. “As lavouras submetidas as condições de stress hídrico e altas temperaturas, tiveram prejuízos variados de acordo com a fase fisiológica em que estas sementes ou plantas se encontravam. A falta de umidade adequada para as sementes, prejudicou a germinação e uniformização das lavouras. Em algumas situações as plantas gastaram suas reservas energéticas para poder sair a superfície do solo, e com emergência completa, gerando plântulas com alto stress fisiológico”, explica o consultor Juliano Scheeren.

Já nas lavouras emergidas, os técnicos observaram situações que revelam gasto de energia.  “Fica evidente pela perda dos cotilédones e em casos ainda mais extremos, a desidratação total, também conhecida como escaldadura, que levaram à morte da plântula”, complementa.

Segundo os institutos de meteorologia, o El Niño promete neste ano reviravoltas nas estações. “São previsões e tudo pode mudar. No início havia expectativa de dificuldade de semeadura por excesso hídrico, e agora tivemos o efeito contrário em algumas regiões devido a irregularidade de chuvas. Nestas regiões onde há déficit hídrico mais acentuado, a partir de agora, a continuidade do plantio varia muito com a capacidade operacional e tomada decisão particular de cada um”, observa o especialista.

CLIMA SECO X PRAGAS

O clima seco favorece o aparecimento de algumas pragas importantes nessa fase inicial, como tripes, grilos e até mesmo lagartas. Como este é um período de baixa entrada na lavoura para aplicação de defensivos, o momento pode favorecer os ataques. “A principal estratégia é o tratamento de sementes com inseticidas específicos e o monitoramento. Em algumas situações o controle de pragas pode se fazer necessário”, explica Juliano. De forma geral, a preocupação neste momento é o estabelecimento da cultura, sendo o foco secundário o manejo de pragas e plantas daninhas.

SEGURO AGRÍCOLA

E como o tempo vem dando provas que episódios extremos podem acontecer, em relação ao seguro agrícola, é fundamental que o produtor tenha conhecimento pleno das condições que regem a apólice do seguro. É preciso se atentar para que a semeadura ocorra dentro do período estabelecido pelo zoneamento de risco climático do Estado e em condições adequadas; observar a população de plantas em acordo com a recomendação do fornecedor; o manejo de maneira geral, de forma a garantir o estabelecimento e desenvolvimento da cultura sem a interferência de riscos não cobertos como plantas daninhas, pragas e doenças.

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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