Foto: cachorrogato.com.br

Calorão: é preciso tosar pelos de cães e gatos no período de altas temperaturas?

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: cachorrogato.com.br

Com as altas temperaturas em boa parte do Brasil, os tutores buscam alternativas para suavizar o calor em seus pets. Muitos recorrem à tosa de pelos, com o intuito de aliviar a sensação quente em gatos e cães, mas nem sempre essa é a melhor opção. Alguns animais podem até sofrer mais com a pele exposta ao sol escaldante, ao invés de se refrescarem.

Segundo Conceição Henrique, veterinária técnica do Instituto Ampara Animal, ‘o sofrimento do animal sem pelo no calor é muito maior’. “Porque não tem proteção alguma aos raios UVB e UVA. Imagina um animal, com aquele pelo grosso o protegendo, de repente é tosado e o tutor vai passear com ele no sol. Não vai resolver nada, não está refrescando, pelo contrário”, explica.

Muitos especialistas, como Nathália M. Negrão, inclusive, não recomendam a tosa em época de altas temperaturas. “A gente tem outras formas de ajudar os animais a passarem por esse momento. Porque se a gente tosar o pelo, eles acabam ficando com a pele muito exposta aos raios solares, que pode gerar, principalmente em espécies de pele mais clarinha, câncer de pele, por exemplo. E a gente também tem o fato de que cães e gatos não suam”, complementa.

Conceição ressalta que a tosa é, sim, importante aos animais na questão de higiene e saúde. “Evita fungos e bactérias, principalmente nos animais que têm pelos longos e que podem embolar ou criar fungos e bactérias. O que não é indicado é deixar o animal exposto ao sol quando fazer uma tosa, que de certa forma é um pelo que está protegendo aquela derme. Tosa e sol não combinam”, declara.

Nathália diz que uma das soluções para altas temperaturas é fazer uma tosa especial, que remove uma quantidade de subpelos em cachorros com uma pelagem muito densa, como chow chow, spitz alemão, samoieda, border collie, husky siberiano, entre outros.

“Ajuda na investigação e visualização de pulgas e carrapatos, já que esses animais se reproduzem com maior frequência nas épocas mais quentes, tem uma taxa de infestação muito maior”, afirma.

A médica-veterinária integrativa Esther Halfon vai além e diz que as raças de subpelo, como as citadas acima, na verdade, não devem ter os pelos raspados. “Esses cães têm um mecanismo para se refrescar e se você arrancar esse subpelo pode desenvolver alguns tipos de dermatite posteriormente”, alerta.

“Existem alguns tipos de tosa na tesoura, e não com máquina, que são menos agressivas para essas determinadas raças. Mas o ideal é que nem tivessem essas raças no Brasil”, acrescenta.

Alternativas para refrescar os pets
Nathália ensina que a principal fonte de troca de calor dos pets, principalmente dos cães, é pela língua. “E eles também usam o piso gelado dos ambientes da casa, por exemplo, para fazer transferência de temperatura”, diz.

Entre as formas de refrescar os seus bichos, o tutor pode investir em tapetinhos gelados, vendidos em lojas especializadas, confeccionar forminhas de gelo com frutas, patê ou sache de animais, ou ração batida. “Pode molhar as patinhas, tomando cuidado para não deixar ficar úmidas por muito tempo, para não favorecer o aparecimento de fungos. Passar um pouquinho de água gelada ou gelo na barriga, principalmente  nas raças de focinho muito curto, que sofrem mais nos períodos mais quentes do ano”, ilustra.

Com Portal R7

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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