AGRONEGÓCIO
“A gente tinha a faca e o queijo na mão e não sabia cortar”, conta família de produtores que mudou o rumo na propriedade
“A gente tinha a faca e o queijo na mão e não sabia cortar”. É assim que o casal de produtores de alimentos Lidionei e Josiane Horst resume como era a situação na propriedade rural, localizada em Ituporanga (SC), antes da chegada do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
A história do casal se assemelha a de tantos outros produtores em diversas regiões do país que têm todas as condições, mas falta complementar o conhecimento para produzir e administrar melhor a propriedade rural.
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Os catarinenses Lidionei e Josiane nasceram e foram criados na comunidade de Rio Novo, no município de Ituporanga, e desde cedo tiveram contato com o campo. Quando se casaram, em 2006, receberam terras dos pais e iniciaram a criação de gado de leite e uma plantação de cebola.
Lidionei Horst conta que todo trabalho feito na propriedade era baseado na experiência de vida, sem nenhum conhecimento técnico. “Até conhecer o Senar, a situação na propriedade estava desorganizada, a gente tirava dinheiro que conseguia com a venda do leite para colocar na lavoura”, disse.
Com o falecimento do pai de Josiane, em 2015, a família se mudou para a propriedade, comprou a parte de outras duas irmãs, juntou dez vacas com as outras 33 que já estavam na terra e assumiu o negócio. No total, eles passaram a ter 20 animais em lactação em uma área ade 29 hectares. A dívida com as irmãs foi sendo paga com a venda do leite.
Em 2017, em uma conversa com seu tio, que era presidente do Sindicato Rural de Ituporanga, Lidionei ouviu falar da ATeG do Senar de Santa Catarina. “No começo, ficamos com medo, pensando que o pessoal ia chegar e comandar a propriedade. Mas aí, conversando com um e com outro, decidimos nos inscrever para receber o atendimento”, afirmou.
A primeira medida adotada pelo casal com a chegada da técnica de campo Ane Fernanda Hoffmann foi a disponibilidade de água nos piquetes para os animais. “Só com essa mudança, percebemos que a produção do leite aumentou. Não foi preciso investimento alto, foi uma questão de manejo mesmo”, destacou Josiane.
Outras mudanças foram realizadas na propriedade: análises de solo e correção, melhorias na qualidade de condução de lavoura, separação de animais de baixa produção e que apresentavam problemas, além da adequação nutricional, medidas que propiciaram ganhos na produtividade do rebanho. Em 2019, Lidionei também fez um curso de inseminação artificial.
Antes da Assistência Técnica e Gerencial, a produção média estava em torno de 8 litros de leite por animal/dia. Depois, esse valor dobrou para 17 litros de leite. Atualmente, a propriedade conta com 62 animais, todos da raça holandesa, sendo 30 em lactação. As áreas de pastagem perene, que antes não existiam, hoje totalizam quatro hectares.
O casal Horst recebeu atendimento da ATeG entre os anos de 2017 e 2021 e, durante esse período, adquiriram implementos como pulverizador, ensiladora, gerador, semeadora, placa solar, caçamba para ensilagem. Além disso, implementaram piquete de bezerras e realizaram melhorias no piso do galpão, compraram plataforma, lâmina, rolo compactador e compressor de ar e reformaram o telhado do galpão de ordenha.
Aprender a “cortar o queijo” possibilitou uma série de benefícios na vida familiar e na propriedade. Recentemente entraram para a ATeG mais uma vez, mas agora o objetivo é realizar a construção de um galpão e sala de ordenha e também uma casa nova.
“O Senar nos deu a possiblidade de fazer o melhor dentro das nossas condições. Não precisamos de nada extraordinário. Por meio do conhecimento, com a ajuda dos técnicos que são muito capacitados, conseguimos melhorar, então somos muito gratos. Que mais famílias possam ter a oportunidade de crescer como a gente”, disse a produtora Josiane.
Com orgulho e esperança, com a “a faca e o queijo na mão”, agora o casal sonha que os filhos continuem a empreitada no campo.
(Com CNA)