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AGRONEGÓCIO

Soja: “Vendo ou não vendo?”

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Produzir soja pode parecer a chave para o sucesso no agronegócio. Mas, saber se é o momento certo da comercialização é um grande desafio, até para os produtores mais experientes. 

De acordo com o especialista em agronegócio João Luis Nogueira, encontrar a resposta é sempre difícil, e o motivo é muito simples: as dificuldades estruturais podem impactar no bom desempenho dos preços. Os olhos precisam estar voltados para a economia, para a política, para  os estoques, para a logística e também para a previsão do tempo. 

“A soja, frente ao cenário econômico global, é uma commoditie que mantém uma ótima liquidez, refletindo em preços bem satisfatórios, ainda mais quando olhamos para as cotações principais, como a Bolsa de Chicago. Mas, em reais, perdemos competitividade. E pudemos ver isso ao longo do primeiro semestre de 2023, quando tivemos problemas estruturais os quais insistimos em não resolver internamente, como a logística de transporte, capacidade de armazenamento e modernização dos portos”, afirma o especialista. 

Além disso, para Nogueira, é preciso que o produtor de soja tenha em mente que esses problemas continuarão presentes para o próximo ano. “Infelizmente, esses são entraves que vão persistir e, muito provavelmente, teremos um início de 2024 bem parecido com o de 2023, com portos congestionados e reflexos negativos nos prêmios”, explica. 

Seguindo na contramão da soja, o especialista em agronegócio afirma que para a produção de milho, a América do Sul pode ter boas expectativas. “Muito milho ainda deve ser embarcado até início de 2024, já que estamos produzindo uma safra recorde”. 

Mas, mesmo com as boas expectativas, Nogueira ressalta: “É bom se precaver, não deixar para vender uma grande parcela do produto sem uma garantia, um contrato prévio. É importante que os produtores se protejam, ao menos para garantir os custos, antecipando vendas. Quem fez isso na última safra não se arrependeu e, hoje, o quadro é o mesmo. Só precisamos que a demanda também continue no mesmo ritmo”, alerta. 

(Redação Sou Agro/Sou Agro)