Proposta cogita sistema voluntário de rastreamento de bovinos e bubalinos

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Pixabay

Entidades e lideranças do setor de bovinocultura estão debatendo uma proposta; que inclusive já foi aprovada pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina, abrigada no Ministério da Agricultura, que pretende estabelecer um sistema voluntário de rastreamento individual para bovinos e bubalinos no Brasil. 

São três os pontos cruciais:

  • A adesão dos produtores deve ser de livre escolha; 
  • Um período mínimo de oito anos deve ser concedido aos pecuaristas para se adaptarem; 
  • E a responsabilidade pela gestão e controle da numeração oficial e do banco de dados será da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, sem disponibilidade pública. 

Ao que tudo indica, o Ministério da Agricultura está avaliando a viabilidade dessas diretrizes e propondo ajustes. A proposta prevê, ainda, a inserção das informações dos animais no sistema de rastreabilidade gratuitamente e que, para o produtor, o único investimento seria a aquisição dos elementos de identificação individual, como os brincos.

O que é a rastreabilidade individual?

A rastreabilidade individual de animais é uma prática adotada em muitos países, sendo usada para monitorar rebanhos com objetivos como controle sanitário e conformidade ambiental. A Austrália e o Uruguai são frequentemente citados como modelos de rastreamento devido a esforços públicos e privados, mas suas circunstâncias territoriais e de criação de rebanho são bastante diferentes das do Brasil.

O Brasil introduziu um sistema de rastreabilidade em 2002, em resposta à encefalopatia bovina espongiforme, conhecida como “vaca louca” na União Europeia. Esse sistema, chamado Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), foi estabelecido para atender às demandas internacionais, especialmente da União Europeia, que impunha requisitos estritos para informações de origem em importações. No entanto, a adesão ao Sisbov não é obrigatória para todos os produtores, sendo exigida apenas para aqueles que exportam para a União Europeia, devido ao alto custo e complexidade operacional.

Além das preocupações sanitárias, questões ambientais também ganharam destaque, especialmente em relação ao controle do desmatamento. A rastreabilidade individual de animais, tanto de fornecedores diretos quanto indiretos, oferece benefícios em termos de segurança sanitária, controle de movimentação dos animais e conformidade legal. Isso possibilita o controle detalhado, semelhante a um CPF para cada animal, permitindo a identificação de aspectos sanitários e ambientais que exigem intervenção. No entanto, a proteção legal dos dados do produtor e a coordenação eficaz são essenciais para o sucesso desse sistema.

A implementação de um sistema de rastreabilidade eficaz pode melhorar a transparência e a confiabilidade dos dados relacionados à pecuária bovina, beneficiando a indústria e os compradores interessados em informações sanitárias, ambientais e outros atributos específicos. 

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Mais Notícias