Foto: Divulgação/Assessoria
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Malásia: Na busca por novos mercados, Brasil tenta conquistar consumidores muçulmanos 

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

 

Representantes de empresas brasileiras estão a caminho da Malásia para participar, pela primeira vez, da Malaysian International Halal Showcase (MIHAS), uma feira de produtos e serviços voltados ao consumidor muçulmano. A feira acontece em Kuala Lumpur, a partir de amanhã (12). 

Organizada pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), a participação no evento conta com empresas de alimentos com atuação já consolidada em mercados islâmicos, principalmente no Oriente Médio, mas ainda em seus primeiros passos na Malásia. O país do sudeste asiático, que hoje demanda por ano US$ 744,17 milhões em alimentos e bebidas brasileiros, tem uma população de 33 milhões de pessoas, sendo que 2⁄3 delas são muçulmanas e, portanto, são consumidores de produtos halal, fabricados em respeito a suas tradições.

“A Malásia é estratégica para as empresas que desejam se inserir no mercado halal, de produtos e serviços com as características demandadas pelo consumidor muçulmano, que envolve quase dois bilhões de pessoas, ou uma em cada quatro pessoas no planeta. No mês passado realizamos uma missão prospectiva ao país para identificar oportunidades junto a entidades locais, que vamos explorar nesta missão à MIHAS e daremos continuidade em outubro, quando vamos trazer compradores e jornalistas malaios ao Brasil para conhecerem nossas iniciativas de promoção do halal”, explica Fernanda Dantas, gerente de projeto da Câmara Árabe.

PROTEÍNA DE ACORDO COM AS TRADIÇÕES

Uma das empresas que está integrando a missão começou a exportar proteína avícola com certificação halal de produção conforme às tradições do islã para países muçulmanos ainda nos anos 1970. A empresa hoje está presente em supermercados de todo mundo islâmico, abastecidos com frango vindo de plantas frigoríficas certificadas no Brasil, nos Emirados Árabes Unidos e, mais recentemente, na Arábia Saudita. No momento, a organização busca ampliar atuação nos mercados islâmicos do sudeste asiático, notadamente Malásia e Indonésia.

Além disso, a missão conta com um fabricante de derivados de açaí, que começou exportando barricas da fruta amazônica para países do Oriente Médio, iniciando, posteriormente, a fabricação de itens de gôndola com marca própria. Hoje os produtos estão disponíveis em supermercados do Golfo e em pontos de vendas instalados em shoppings e academias dos Emirados Árabes Unidos e do Catar, onde o consumo do açaí é associado à prática do jiu-jitsu brasileiro, esporte cada vez mais popular na região. Na MIHAS, a expectativa é que os produtos e o modelo de negócios da empresa atraiam parceiros também na Malásia.

AGROINDÚSTRIA TAMBÉM TEM MERCADO

A terceira integrante é uma agroindústria de perfil clássico com grandes unidades de cultivo e beneficiamento no Brasil de granéis agrícolas como milho, soja e algodão, amplamente demandados com insumos da fabricação de alimentos. Uma das maiores exportadoras do agro brasileiro, a empresa espera que a participação na MIHAS lhe renda contatos com parceiros locais que permitam a inserção de seus produtos também no mercado malaio.

Na feira, a Embaixada do Brasil no país asiático vai promover um coquetel no estande brasileiro como forma de chamar a atenção para o país e suas empresas aos visitantes do evento, que reúne varejistas, importadores e intermediadores de mercadorias atuantes na Malásia, mas também em outros países da região.

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira também vai fazer uma participação num congresso promovido na MIHAS pelo Halal Development Company, agência do governo malaio dedicada à promoção das cadeias de bens e serviços halal, com quem a entidade brasileira já mantém cooperações no segmento.

A missão brasileira à MIHAS também integra as ações do Projeto Halal do Brasil, iniciativa da Câmara Árabe e da Apex Brasil para fomentar a exportação de alimentos e bebidas brasileiros para mercados islâmicos a partir de ações comerciais e do estímulo à adoção do certificado halal por empresas do setor.

 

(Redação Sou Agro/Sou Agro)