Com dezenas de mortes, passagem do ciclone é a maior tragédia natural do Rio Grande do Sul
O número de mortes causadas pela passagem do ciclone extratropical chega a 27 no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada nesta manhã de quarta-feira (06) pela Defesa Civil do estado. No agro, propriedades inteiras foram tomadas pela água, levando animais e destruindo máquinarios e equipamentos.
Com isso, essa passa a ser a maior tragédia natural do Rio Grande do Sul, superando o ciclone de junho, quando 16 pessoas morreram: “Não tem sido um ano fácil para o Rio Grande do Sul. Mas nosso povo é resiliente e forte, e nós vamos estar unidos para superar essa adversidade, com toda a estrutura, com os servidores públicos, os militares, civis, voluntários, ações, prefeituras, sociedade civil engajada. Cada vida perdida não pode ser reposta, a gente lamenta cada uma delas. Vamos dar todo suporte para essas famílias”, afirmou o governador Eduardo Leite.
Leite falou também sobre o empenho do Estado nas ações de salvamento e resgate. “Quero assegurar à população que estamos trabalhando com toda a dedicação. Centenas de pessoas foram resgatadas. Estamos muito dedicados para poder resgatar as pessoas que ainda estão em localidades afastadas. Agora é hora de cuidar das pessoas”, destacou.
O governador informou que conversou com os ministros da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, além do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros. As Forças Armadas e a Polícia Rodoviária Federal se somaram ao governo do Estado, disponibilizando aeronaves e embarcações para as operações de resgate.
MORTES
Segundo o governo do Rio Grande do Sul, do total de mortes confirmadas, 15 ocorreram em Muçum, seis em Roca Sales, na Região dos Vales duas em Ibiraiaras, uma em Mato Castelhano, uma em Passo Fundo, uma em Estrela e uma em Lajeado.
ATUALIZAÇÃO ATÉ O MOMENTO:
- 27 mortos;
- 2.984 desalojados;
- 1.650 desabrigados;
- 66 cidades afetadas.
ATENDIMENTO AOS AFETADOS
O governador Eduardo Leite reuniu secretários na noite desta terça-feira (5/9), no Palácio Piratini, para tratar de ações emergenciais de apoio aos afetados pelas fortes chuvas que atingiram o Estado nos últimos dois dias.
Durante a tarde, Leite sobrevoou municípios do Vale do Taquari, um dos locais que mais sofreu com a enxurrada. O governador se deslocou em uma aeronave do Corpo de Bombeiros Militar que estava a caminho de Lajeado para atender a população. Ao desembarcar, Leite conversou com lideranças e moradores.
De volta a Porto Alegre, o governador articulou ações com secretários de Estado para mitigar os transtornos causados pelas chuvas e, principalmente, potencializar as buscas e os salvamentos e apoiar a população afetada. “O foco agora é salvar vidas. Há muitas pessoas ilhadas, aguardando sobre telhados. E o frio está aumentando. Todo o nosso esforço neste primeiro momento está em resgatar as pessoas e colocá-las em segurança”, disse.
Todos os transportes aéreos disponíveis estão trabalhando nos resgates. São duas aeronaves da Brigada Militar e um helicóptero da Polícia Civil, além do helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar – que permite voos noturnos e vai continuar operando ao longo da madrugada. Mais de 40 embarcações também estão sendo utilizadas para buscas e remoção de pessoas ilhadas em áreas alagadas.
Além dos esforços para garantir a integridade física das pessoas, a reunião tratou também das medidas paralelas de articulação para a reconstrução de estruturas como escolas, postos de saúde, estradas e pontes. As secretarias responsáveis estão fazendo o levantamento de todos os aparelhos públicos afetados, assim como dos locais com a infraestrutura viária comprometida. “O governo está se mobilizando desde já para trabalhar nesta reconstrução”, afirmou o governador.
A Secretaria da Saúde (SES) está monitorando a necessidade de transferência de pacientes de hospitais atingidos pela água e apoiando nos casos de equipamentos e insumos que tenham sido danificados. A SES também vai disponibilizar equipes de profissionais de saúde mental organizados em núcleos de acolhimento para atender as comunidades mais afetadas. Muçum, que sofreu grandes perdas humanas, deve ser priorizada nesse tipo de atendimento.
Assim como nos episódios anteriores de adversidades climáticas, também serão realizados os levantamentos das pessoas em situação de vulnerabilidade que tenham sido atingidas para disponibilizar apoio financeiro por meio do programa Volta por Cima.
Tem atualização em tempo real das cidades afetadas por AQUI.
(Com Governo do RS)