Talento que vem de casa: família que produz queijos artesanais no PR quer expandir venda
Uma família que produz queijos artesanais quer expandir venda do produto. Inaugurada em janeiro deste ano, a Queijaria São José, de Foz do Jordão, na região Centro-Sul do Paraná, é fruto de uma prática que atravessa gerações. A proprietária Maristela Bordin aprendeu com a mãe, há 20 anos, o talento de fabricar queijos artesanais. Porém a vida tomou outros rumos, fazendo com que ela parasse de produzir por mais de uma década. Há cinco anos, Maristela voltou para a propriedade do pai, comprou as vacas que eram da mãe e decidiu tocar o negócio ao lado do marido, Luiz Carlos Viana.
Hoje, os nove animais produzem entre 80 e 120 litros de leite por dia, o que rende cerca de 11 queijos. O manejo do rebanho é feito pelo casal, mas, a fabricação dos queijos, por enquanto, ainda só a partir das mãos de Maristela. Além do queijo ao vinho, reconhecido com a medalha de prata no Prêmio Queijos do Paraná, são produzidos queijo colonial artesanal, queijo com ervas finas, doce de leite e iogurte natural com morango, um dos campeões de vendas.
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Antes da inauguração da queijaria, além da assistência técnica, Maristela buscou ajuda no SENAR-PR. A produtora fez o curso “Produção artesanal de alimentos”, com foco em derivados de leite. Com isso, aprendeu detalhes que, até então, passavam despercebidos na fabricação aprendida com a mãe.
De forma paralela, o marido participou do curso “Manejo e ordenha”, que trouxe mais conhecimento para melhorar a qualidade do leite, fundamental para se produzir um queijo diferenciado. “Hoje sabemos identificar as causas dos problemas, o que reduz o desperdício e possíveis prejuízos”, afirma Maristela. “Um leite bom vai gerar um queijo bom”, conclui.
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Reconhecimento
O esforço do casal já surtiu efeito. No Prêmio Queijos do Paraná, realizado em junho, o queijo Bordin no vinho recebeu a medalha de prata, uma surpresa por conta do curto prazo de existência da queijaria. Após a inauguração no início do ano, a Queijaria São José obteve o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) em março, o que autoriza a comercialização dos queijos no município.
“Nossa queijaria é nova, e esse processo de fazer queijos para vender também é novo. Mesmo no primeiro momento não querendo participar da premiação, acabei convencida pelo técnico do IDR-Paraná [Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná] que nos dá assistência”, conta. “A medalha de prata valeu mais do que ouro”, comemora Maristela Bordin.
Segundo a produtora, o processo de fabricação do queijo ao vinho, até certa etapa, é o mesmo do queijo colonial: temperatura de 40°C, leite fresco e maturação por 15 a 20 dias. Após essa etapa, para ganhar o sabor e aroma característicos, o produto fica mergulhado em vinho tinto colonial do tipo seco por cinco dias.
Antes da premiação, o queijo ao vinho tinha uma clientela específica, principalmente por causa do preço, mais elevado em relação ao queijo colonial (R$ 75 o quilo). Agora, com a exposição, a demanda cresceu tanto que a produtora não dá conta de manter o estoque e o produto está sendo comercializado apenas sob encomenda.
“A premiação foi numa quinta-feira e no domingo já tinha acabado tudo na queijaria. Desde que recebemos o prêmio, o estoque está vazio”, conta a produtora, ainda surpresa com o reconhecimento. Agora, os planos da Queijaria São José são ampliar a comercialização para outras cidades do Paraná por meio do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), que já está em processo de adesão pelo município de São José.
Com FAEP