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SEGURANÇA

Sem chance para o crime: centenas de garrafas de vinho são apreendidas pela PRF

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

Não tem jeito, a Polícia Rodoviária Federal continua com os flagrantes de contrabando de vinhos. Mas desta vez não foi próximo a fronteira com a Argentina, a equipe apreendeu uma carga de 205 garrafas de vinho importado ilegalmente em Recanto das Emas no Distrito Federal. O produto estava sendo transportado em um carro de Quirinópolis, Goiás para Brasília.

No Brasil é permitido importar até 12 litros para consumo próprio. Em caso de comércio, o vinho deve ser registrado no Ministério da Agricultura e atender aos trâmites burocráticos para importação.

O condutor do carro onde estava a mercadoria informou que a bebida tinha diversas destinações dentro de Brasília. A importação ilegal de vinhos traz prejuízos tanto a produtores regulares quanto a consumidores finais.

No exterior, as propriedades rurais são usadas para esconder o vinho ilegal. A bebida é oculta em chiqueiros, cochos e galinheiros, junto aos animais. Como a temperatura e a luminosidade podem interferir na qualidade do vinho, nesta primeira etapa já pode ocorrer prejuízo ao consumidor final.

Antes da chegada da bebida ao Brasil, os criminosos também podem trocar o rótulo da garrafa para uma marca mais cara. Dessa forma, o infrator pode comprar um vinho mais barato, mas ter mais lucro na venda.

O motorista, veículo e mercadoria foram encaminhados à Polícia Federal para registro de flagrante.

PREOCUPAÇÃO COM CONTRABANDO DE VINHO

Polícia Rodoviária Federal já demonstrou preocupação com esse aumento das apreensões de vinhos com entrada irregular no Brasil. É que segundo a PRF o perfil de quem traz o vinho ilegalmente tem mudado nos últimos anos. Se no início das apreensões era mais comum o “pequeno contrabandista”, pessoas transportando pequenas cargas, agora o crime organizado é o dono o comércio do vinho ilegal. A utilização de veículos roubados, clones, batedores e olheiros são alguns dos artifícios praticados pelos contrabandistas e quadrilhas.

As quadrilhas do tráfico de drogas estão diversificando o leque de crimes com o comércio ilegal de vinho, uma forma de investimento criminoso para capitalizar as organizações. É o que aponta um levantamento realizado pelos setores operacionais da PRF no Paraná. “Não é o pequeno muambeiro que vai ali comprar um pouco de vinho e trazer, são quadrilhas altamente organizadas“, comenta um policial rodoviário federal que atua em operações contra esse tipo de crime.

Para quem compra os vinhos ilegais, a impressão que se tem é a de que apenas está burlando as leis fiscais e não pagando imposto, e assim tendo a vantagem de comprar o vinho por preços mais acessíveis. Entretanto, quem compra o vinho que entra ilegalmente  pode estar contribuindo diretamente para a manutenção da saúde financeira de quadrilhas do crime organizado.

(Com PRF)

(Débora Damasceno/Sou Agro)