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Queda nos preços: saiba quais os hortifrutis que mais tiveram redução

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Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Os dados do 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (23), trazem boas notícias para os consumidores familiarizados com a rotina de compras de hortifrutis direto nas Centrais de Abastecimento, como alternativa aos preços dos supermercados. De acordo com o documento, o movimento das cotações no mês de julho para alface, batata e cebola foi de baixa, indicando maior economia nas compras dos hortifrutis.

No caso da alface, o movimento negativo na média foi de 6,1%, com um quadro atual de demanda baixa e oferta controlada. No caso da batata, os preços continuaram diminuindo nas Ceasas em julho, conforme registrado no mês anterior. Na média  entre junho e julho,a queda foi de 14,07%, explicado pela maior oferta do produto nas Ceasas. Para a cebola, as cotações também registraram tendência de queda na média ponderada. As variações negativas mais expressivas ocorreram nas Ceasas de Belo Horizonte/MG, Brasília/DF e Rio Branco/AC.

O tomate, que passou por um período de alta desde o fim do ano passado, apresentou cotações mais baixas nos meses de junho e julho. Na média ponderada, a queda foi de 1,75% e conferiu preços de R$ 3,98/kg na Ceagesp/SP e de R$ 4,13 na Ceasa de Recife/PE. No início de julho, as entradas do produto nos mercados atacadistas estavam controladas, o que pressionava os valores para cima, porém, com o aumento de temperatura, a maturação do produto acelera e a oferta aumenta, derrubando os preços. No entanto, o movimento não foi uniforme, apresentando altas de 64,03% em São José/SC e de 21,62% em Brasília/DF.

De acordo com o estudo dos hortifrutis, a cenoura também ficou mais cara em quase todas as Ceasas analisadas. Depois de registrar queda por dois meses consecutivos, voltou a subir em julho e de forma significativa em alguns estados. Na Ceasa de Curitiba/PR, por exemplo, o percentual de aumento foi de 31,85%, chegando a R$ 2,96/kg. Já em Belo Horizonte/MG, o acréscimo foi de 25,73% na cotação do produto, com custo de R$ 3,24/kg. Segundo o Boletim Prohort, a oferta decresceu pouco, mas ainda assim pressionou os índices para cima, uma vez que a oferta também ficou abaixo do registrado em maio, mês de ápice durante o ano, quando os valores experimentaram queda.

Frutas

No mês de julho, com relação às frutas, o movimento preponderante de preços de alguns hortifrutis, como o caso da laranja e melancia foi de baixa. Na pesquisa da laranja, especificamente, foram registradas tanto pequenas quedas das cotações quanto aumento da comercialização. A demanda foi regular, sendo que os fatores que reduzem a demanda do fruto, como a concorrência com a mexerica poncã e a presença do frio, foram compensados com a intensificação da moagem industrial para a produção de suco.

Já a melancia mostrou maior comercialização na maioria das Ceasas e aumento da demanda na segunda quinzena. O tempo mais quente e seco contribuiu tanto para o amadurecimento das frutas (em Goiás e Tocantins) quanto para o aumento da demanda, já que a melancia é uma fruta refrescante. Assim, a produtividade foi boa e a rentabilidade foi positiva para os produtores.

Sobre as frutas, o Boletim aponta ainda que, enquanto a maçã registrou somente discretas variações, a banana e mamão tiveram movimento de alta de preços na maioria dos mercados analisados. A banana apresentou elevação dos valores via cálculo ponderado e diminuição da comercialização na maioria das Ceasas. O frio contribuiu para a redução da produção da banana prata paulista e mineira, assim como para a colheita da banana nanica, cuja produção sofreu maior prejuízo por causa de um ciclone no norte catarinense que provocou a morte de plantas e o surgimento de fungos. Já para o mamão, as cotações subiram e a comercialização oscilou entre as centrais de abastecimento, após meses de suave queda de preços. Nas zonas produtoras, aconteceu retração da oferta decorrente da presença do frio e de poucas chuvas, com a colheita de boa parte das frutas ainda sem a maturação ideal, tanto para o mamão formosa quanto do papaya.

Exportações

Segundo o Boletim Prohort, no período de janeiro a julho de 2023, o volume total de frutas exportado foi de 532,3 mil toneladas, superior em 2,56% em relação ao mesmo período de 2022. Apesar de as exportações de algumas frutas terem caído, como melão (-5,1%), mamão (-13,9%) e banana (-23%), outras frutas subiram, como melancia (17,7%), abacate (162,2%) e manga (8,8%), o que mais do que compensou a queda das primeiras, em um contexto de boas perspectivas por conta da abertura de negociações com diversos países, da produção crescente e do uso da tecnologia cada vez mais intensiva em diversas culturas.

Com Conab

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)