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Plano de comunicação para controle da mosca da bicheira é elaborado
Elaborar um plano de comunicação para controle da mosca da bicheira (Cochliomyia hominivorax) de toda a América do Sul. Essa foi a finalidade do “Workshop sobre informação pública e divulgação de novos programas de prevenção, erradicação e vigilância da mosca da bicheira”, que ocorreu na última semana em Viena, Áustria.
A médica veterinária e coordenadora do Serviço de Doenças Parasitárias da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Nathalia Bidone, representou o Brasil, junto com uma jornalista da Embrapa Gado de Corte.
Segundo Nathalia, o seminário foi organizado pela International Atomic Energy Agency, ou Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que é a responsável pela tecnologia de produção de insetos estéreis utilizados no processo de erradicação da mosca, também conhecida como varejeira. “Alguns países das Américas já são livres dessa praga. O Uruguai vai iniciar em breve o plano de erradicação no país, que engloba alguns quilômetros para dentro da linha de fronteira com o Brasil (incluindo o Rio Grande do Sul), então temos que estar atentos ao funcionamento do programa lá”, explica.
Nathalia conta que houve troca de informações sobre a situação da enfermidade causada pelo inseto (conhecida como bicheira ou milíase) em outros países e foi elaborado um plano de comunicação por país com produção de materiais gráficos de vigilância e educação sanitária sobre o tema. “Esse assunto já vem sendo acompanhado pela Seapi e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária há mais de 10 anos, com participação em reuniões e eventos no país e no exterior”.
Estiveram presentes representantes de países da América do Sul como Paraguai, Bolívia, Equador, Chile, Uruguai, Peru; e da América Central como Panamá e República Dominicana; além da AIEA.
Sobre a mosca da bicheira
A mosca da bicheira (Cochliomyia hominivorax), também conhecida como mosca varejeira, causa uma enfermidade parasitária, chamada milíase, nos animais de sangue quente, incluindo, além de animais de produção, animais silvestres, pets e seres humanos. As larvas da mosca infestam a parte mais profunda dos tecidos como pele e cavidades oral, ocular, nasal, genital e outras.
Provoca lesões graves, com possível perda da função do local parasitado e até morte, especialmente de animais recém-nascidos, através da infestação do umbigo. Causa perdas econômicas milionárias nos países. A forma de prevenção é evitar que os animais tenham feridas; cuidar com procedimentos cirúrgicos, de castração , descorna, descola de cordeiros, por exemplo. Também ficar atento a locais pontiagudos em cercas e instalações de manejo. Quando tiverem alguma ferida, é necessário tratar imediatamente. Desta forma ainda se auxilia na diminuição da população de moscas em nível local e regional.
(Com agricultura.rs)