AGRICULTURA
Nova cultivar de feijão se destaca na adaptação às diferentes épocas de semeadura
A BRS FC414, foi lançada pela Embrapa, ela é uma cultivar de feijão que possui qualidade comercial, industrial e culinária. Seus grãos possibilitam a obtenção de um produto com cor clara, aspecto visual bem aceito pelos consumidores, e com melhor rendimento de peneira, um ponto positivo para as indústrias de beneficiamento.
Do ponto de vista agronômico, a BRS FC414 apresenta ampla capacidade de adaptação às diferentes épocas de semeadura do Brasil e agrega como diferencial a arquitetura ereta de planta, o que facilita a colheita mecanizada. Além disso, é moderadamente resistente à murcha de Fusarium, uma importante doença radicular causada por fungo de solo e problema recorrente em áreas de cultivo sob pivô central.
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De acordo com o pesquisador Leonardo Melo, coordenador do programa de melhoramento genético do feijoeiro da Embrapa, a BRS FC414 possui atributos mais atrativos para os agricultores quando comparada a uma outra variedade bastante plantada e valorizada comercialmente. “Ela (a BRS FC414) tem potencial muito semelhante à BRS Estilo. Em condições normais, sem Fusarium, ela vai produzir igual. Agora, se você tiver Fusarium no solo, ela vai superar a BRS Estilo em 5%, 10% até 15%. O diferencial dela é que você tem maior segurança em plantar em áreas que tem Fusarium. Ela não é totalmente resistente, possui reação intermediária à Fusarium, mas já é bem superior que a BRS Estilo, que é suscetível. Além disso, ela tem o grão mais graúdo sem perder (rendimento de) peneira”, disse Leonardo.
O dia de campo de lançamento da cultivar BRS FC414 foi realizado na Fazenda Taboca, do Grupo MeC, com a presença de membros da ABC Feijão e do GTEC Feijão. O local foi escolhido por representar um modelo de gestão do sistema produtivo, envolvendo sucessão de cultivos entre soja, milho, arroz, feijão, trigo e girassol; e, também, pela preocupação com o manejo do solo, por meio da implantação de rotação com mix de plantas de cobertura em áreas de lavoura, a fim de favorecer a fertilidade para as culturas agrícolas comerciais.
Willian Matté, um dos sócios do grupo MeC, defendeu as virtudes dessa forma de gestão do sistema produtivo capaz de conferir rentabilidade aos negócios. “Se cuidarmos dos pilares químicos, físicos e biológicos do solo, a gente consegue ter mais rentabilidade líquida por hectare e, se me perguntarem se o sistema é viável, eu diria que, com certeza, o sistema de plantas de cobertura traz remuneração estável. Eu diria que não apenas por permitir produzir mais, mas a gente consegue ter estabilidade de produção e participar de tempos diferentes do mercado”, afirmou Willian Matté. Os benefícios da rotação de culturas com o mix de plantas de cobertura favorecem o solo, por exemplo, pela infiltração de água, ciclagem de nutrientes e diminuição da infestação de doenças.
Durante o dia de campo, foi lançado também o livro “Vida no Solo”. Trata-se de uma publicação editada pela Embrapa e ABC Feijão; e que traz informações técnicas aplicadas ao cultivo da leguminosa em terceira safra. A obra é o resultado de um projeto de cinco anos que avaliou as interações entre culturas comerciais (soja, milho e feijão), plantas de cobertura e produtos biológicos, com foco em aumentar o equilíbrio da vida no solo sob pivôs centrais e incrementar a produtividade e lucratividade das lavouras.
(Com Embrapa)