Foto: Envato/ Sou Agro
AGRICULTURA

Mesmo com dificuldades de colheita, preço da mandioca se mantém em alta

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

As cotações da raiz de mandioca continuam firmes, de acordo com dados do Cepea. Na média das regiões acompanhadas, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 712,15 (R$ 1,2385 por grama de amido) na semana passada, leve alta de 0,3% frente ao período anterior. De modo geral, o clima seco prevaleceu, limitando tanto a colheita quanto o plantio da nova safra. A exceção foi o Paraná, onde as recentes chuvas pontuais permitiram a retomada da colheita.

No Paraná investimento em pesquisa e tecnologia é uma das soluções para potencializar as indústrias de fécula. O assunto foi debatido no mês passado em uma reunião do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) e representantes do setor privado, em Nova Londrina, no Noroeste do Paraná.

 

O Paraná é vice-líder na produção da raiz, atrás do estado do Pará, mas é o principal produtor de fécula de mandioca do Brasil, com cerca de um terço do volume nacional. O alto potencial de industrialização faz com que o produto paranaense seja valorizado em outros estados.

Com ações de parceria, o objetivo é ampliar o potencial de produção e comercialização, gerando mais emprego e renda. Mecanização da produção e investimento em genética são recursos importantes para o crescimento do setor.

A região de Paranavaí concentra o principal complexo industrial da mandioca. “O que falta para ampliarmos nossa presença no mundo é ampliar a capacidade de produção, e para isso é preciso reduzir os custos”, disse o proprietário da Lopes Alimentos, Paulo Montagner Lopes.

No ano passado, a indústria produziu 244,79 milhões de quilos da raiz e comercializou 38,55 milhões de quilos de fécula, além de produtos como tapioca e polvilho.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara falou sobre a importância de ações conjuntas. “Precisamos fazer essa aproximação. Investir em pesquisa junto ao setor privado, unidades didáticas e de referência, investir em genética, com foco em resultados, para fazer mais em menos tempo”, disse.

AVANÇOS

Parte das soluções está no aproveitamento da pesquisa e da extensão. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, reforçou que a estrutura das estações de pesquisa está aberta para receber os produtores.

PRODUÇÃO

Para a safra 2022/2023, o Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 135,6 mil hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em área (7%). No ciclo passado, o Paraná havia colhido 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares.

Em visita a Paranavaí, nesta semana, a equipe do Sistema Estadual de Agricultura esteve na sede da fecularia Pioneira, no distrito de Mandiocaba, para conhecer o processo de produção.

(Com Cepea e AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)