AGRONEGÓCIO
Brasil e Angola se unem para estimular desenvolvimento agropecuário
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos sistemas agropecuários, foi firmado um memorando de entendimento em cooperação agrícola entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério da Agricultura e Florestas da República de Angola (Minagrif) nesta sexta-feira (25), em Luanda.
A cooperação envolve produção sustentável, assistência técnica e extensão rural, inocuidade dos alimentos, saúde animal, sanidade vegetal, vigilância agropecuária; insumos agrícolas, insumos pecuários, biocombustíveis, biotecnologia, melhoramento genético, processamento pré e pós-colheita, máquinas agrícolas, financiamento agrícola e seguro rural; políticas e instrumentos para a comercialização agrícola; florestas; tecnologias de produção animal e vegetal, ciência aplicada às áreas agrícola e pecuária.
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A iniciativa integra as ações da visita oficial do presidente Lula a Angola. Representando o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda, também participou de reuniões técnicas sobre a genética de aves e a produção de fertilizantes em Angola.
No Fórum Econômico Angola-Brasil, também nesta sexta-feira (25), o Mapa participou do painel sobre Agricultura e Segurança Alimentar. O Brasil está desenvolvendo o maior programa de produção sustentável de alimentos do planeta que pode aumentar as áreas agricultáveis sem avanço do desmatamento, mantendo as áreas preservadas do território brasileiro contribuindo para a segurança alimentar e o combate às mudanças climáticas.
DIALÓGO COM CHINESES
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou também durante a semana, da plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) e destacou a boa relação comercial entre Brasil e China e a importância deste grande parceiro para o agronegócio brasileiro.
Entre os diversos resultados dessa cooperação, Carlos Fávaro citou o levantamento do embargo da carne bovina, a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas, a abertura de mercado para farinhas de proteína animal e a certificação do algodão brasileiro.
De acordo com o ministro, o retirada do embargo das liberações de carnes bovinas por conta do caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), também conhecida como o mal da vaca louca, ocorrida em fevereiro deste ano, é um grande trabalho realizado pelo governo federal. “Inclusive a liberação dos estoques remanescentes da carne foi uma grande conquista para este ano”, comemorou Fávaro.
O ministro lembrou que a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas e o levantamento da suspensão de outras duas, que estavam suspensas há pelo menos três anos e voltaram às exportações, foram outras grandes conquistas.
“Também ampliamos exportações de farinhas de proteína animal. Este protocolo foi assinado na visita do presidente Lula àquele país, em abril deste ano”.
Em seu discurso, o ministro informou que já foi assinado o protocolo de certificação eletrônica e, desta forma, o Brasil e China vão vencer a burocracia e aumentar a competitividade.
Fávaro disse que o governo está na fase de apresentação de uma lista com 62 plantas brasileiras para serem habilitadas e uma outra relação de mais 15 plantas em avaliação. “Com isso, vamos chamar as entidades representativas de classe dos frigoríficos, para então reduzirmos essa lista para que nós possamos ter novas plantas habilitadas ainda neste ano”.
A certificação do algodão brasileiro foi outro avanço importante citado nesta manhã pelo ministro Fávaro. “O Ministério da Agricultura está com laboratório atestando a qualidade do algodão, nós implementamos e nesta semana entregamos o primeiro certificado de qualidade à Chinatex, que é a maior compradora de algodão brasileiro”.A China compra 30% do algodão brasileiro que consome.
GRIPE AVIÁRIA
O Ministério da Agricultura e Pecuária propõe também uma reunião sanitária com os técnicos chineses para os seguintes temas: o reconhecimento da regionalização para a gripe aviária na exportação de carnes de aves, habilitação de novas plantas de proteínas bovinas, suínas e aves, revisão do protocolo de exportação de carne bovina em virtude de EEB e o reconhecimento do status do Brasil livre de febre aftosa e peste suína clássica.
Nas próximas reuniões da Cosban, o ministro pretende negociar a abertura do mercado chinês para a noz pecã brasileira e o memorando de entendimento com relação aos pesticidas, que amplia a transparência e confiança em relação aos produtos oriundos da China.
“Temos negociações avançadas na liberação do grãos, como sorgo e gergelim e também uva fresca”, registrou Fávaro.
Por último, o ministro citou a autorização para que o Brasil passe a ter o status de pré-listing para habilitações. “O que vai ficando pronto aqui, o Brasil coloca no sistema e já fica habilitado. Esse é um pleito importante que o país ganharia muito mercado. Os Estados Unidos já tem esse reconhecimento e como nós somos o principal parceiro comercial do agro, ter a possibilidade de fornecer e eles reconhecerem a pré-listing brasileira nos daria mais competitividade e ganho de mercado”.
O ministro encerrou sua fala dizendo que o governo federal está unido pelo fortalecimento das boas relações com parceiros importantes para o país, como a China. “E as negociações não param aqui, o trabalho continua”, concluiu.
Cosban
Criada durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio de 2004, a Cosban é o principal mecanismo de diálogo regular entre o Brasil e a China e tem como objetivo promover contatos regulares entre altos representantes dos dois países, de modo a incentivar o relacionamento bilateral.
(COM MAPA)