TECNOLOGIA
Atenção, feras em tecnologia: últimos dias para participar de competição voltada ao agronegócio
Tecnologia e agronegócio estão diretamente ligados nos últimos anos. E por isso a procura por soluções e a por inovações no setor são constantes. E esses são os últimos dias para participar de competição voltada ao agronegócio.
Um evento voltado à inovação e ao empreendedorismo não poderia ser realizado de maneira convencional. Para fazer sentido no seu conjunto, é necessário inovar também no seu formato. Felizmente, esses são atributos que estão no DNA do Agrohackathon, maratona tecnológica que chega à sua quarta edição em 2023, com muitas novidades. Mas para participar, é preciso ser ágil: as inscrições terminam dia 20 de agosto.
A primeira inovação deste ano é a quantidade de cidades que participarão simultaneamente da competição. Desta vez, serão quatro polos: Curitiba, Pato Branco (Sudoeste), Assis Chateaubriand (Oeste) e Ibiporã (Norte). Os vencedores dessas etapas regionais, se encontram na capital do Estado para a grande final no dia 22 de setembro.
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O termo “hackathon” é traduzido usualmente como “maratona de programação”. Trata-se de uma competição na qual equipes de participantes correm contra o relógio para encontrar soluções tecnológicas para determinado problema da vida real. No caso do Agrohackathon, o tema das dinâmicas da competição deste ano será: monitoramento da propriedade rural.
Esse evento estimula as novas gerações a pensarem os problemas do campo e também elimina a distância que muitas vezes existe entre a pesquisa acadêmica e a realidade das lavouras. Para produzir bem, você precisa ter como norte a ciência e a pesquisa, por isso somos grandes entusiastas do Agrohackathon, pois estamos vendo que os cérebros do futuro já estão sendo preparados.
Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, entidade que participa do evento desde sua primeira edição, em 2018. A expectativa da organização é que este ano a maratona tenha recorde de participação.
“Nesta edição, esperamos que o número de participantes seja próximo a 240, superior ao número de 2022, quando tivemos 160 inscritos”, aponta o professor Gilson Martins, do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação (CEA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A inscrição é individual, mas a competição é entre equipes multidisciplinares formadas por estudantes de graduação e pós-graduação, alunos de escolas agrícolas, e profissionais do mercado. Cada equipe é formada por até seis integrantes e conta com um “mentor”, um profissional que conhece aquele setor-alvo da competição e coloca seu conhecimento à disposição da equipe para o desenvolvimento do projeto. Ao todo, está prevista a formação de 40 equipes, 10 em cada localidade.
Outra novidade do evento de tecnologia este ano é um acompanhamento especial destinado às equipes vencedoras após a competição, de modo a dar suporte para a continuidade dos projetos. “Nesta edição, teremos o processo de pré-incubação, para atacarmos a ausência de continuidade dos projetos dos anos anteriores. Vamos ter um período de seis meses com mentores para acompanhar as equipes vencedoras para ajudar aquele projeto a evoluir”, detalha Murilo Barghouthi, presidente da Cooperativa Agrociência, entidade responsável pela correalização do Agrohackathon desde o ano passado.
Conexões
A integração de tantos competidores exigiu mais uma dose de inovação por parte da organização do evento. Outra novidade deste ano é a presença de uma rede social exclusiva para os participantes. Ao entrar no site do Agrohackathon 2023, o usuário tem a opção de se conectar a uma comunidade virtual, em que estão os outros participantes da futura competição. Conforme o estudante se conecta com outros membros da comunidade, participa de grupos ou visualiza conteúdos, ele ganha pontos.
“É um processo de ‘gameficação’ [transformação em jogo]. Somando pontos no perfil dele na rede social, ele mostra que já é um competidor habilidoso para participar da maratona”, explica Daniel Barboza, membro fundador e hoje gerente de tecnologia da informação (TI) da Agrociência Cooperativa. “Semana passada lançamos [na rede social do evento] a primeira ‘pílula de conhecimento’, que são pequenos cursos em vídeo para nivelar os participantes no que se refere à inovação. À medida em que o participante assiste a essas pílulas, ele vai somando pontos no seu perfil na rede social. A ideia é premiar o usuário à medida em que ele for fazendo cursos e interagindo”, explica.
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Segundo Barboza, a ideia da tecnologia via rede social surgiu dentro da cooperativa. “Começou com um experimento nosso para integrar os membros da cooperativa e criar um ambiente em que todos pudessem colocar suas habilidades e interagir, quase como um LinkedIn dentro da nossa intranet. Dessa forma, se aparece uma oportunidade, podemos mapear os talentos e aproximar”, descreve.
A atuação da Agrociência Cooperativa, aliás, é emblemática no Agrohackathon. “Trata-se de uma cooperativa de estudantes. Em 2020, propus para uma turma da universidade, como atividade final, fazer um projeto para uma cooperativa estudantil. Os alunos trabalharam esse tema e na sequência me levaram uma proposta para tirar aquele projeto de cooperativa do papel. Hoje, ela é uma cooperativa funcional, devidamente registrada, que tem como objetivo aproximar o estudante do mercado de trabalho, por meio de projetos e outras iniciativas”, descreve Martins, da UFPR.
O próprio modelo do Agrohackathon influenciou a criação da cooperativa, que agora completa esse círculo, influenciando a concepção do evento de tecnologia. “O hackathon sempre promoveu a inovação. Quando fomos montar a cooperativa, essa inovação também estava presente. Foi inovadora pois nunca houve uma cooperativa de serviços que envolvesse universitários”, aponta o presidente da cooperativa. “Hoje, quando fazemos uma dinâmica interna, contamos com todo um escritório de inovação que vai validar se aquele negócio é escalável, se trará impacto. O mesmo processo do Agrohackathon acontece na nossa cooperativa”, completa Barghouthi.
Parceria
O Agrohackathon é uma iniciativa de tecnologia do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação (CEA) da UFPR, realizado de forma conjunta pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Agrociência Cooperativa e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Prestam apoio ao evento o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Central Sicredi PR/SP/RJ, seguradora BB Seguros, Banco do Brasil, Box Group Cibersegurança, Softfocus e a Agência de Cooperação Alemã (GIZ), por meio do Programa Euroclima +.
Com Faep