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AGRICULTURA

Será que a falta de chuva ajudou ou prejudicou a agricultura paranaense?

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

Junho de 2023 foi um mês em que predominou pouca chuva e concentrada em poucos dias na maioria das regiões do Paraná. Ela ocorreu em apenas dois períodos: entre 11 a 15 e de 21 a 23, sendo que nesse último restrito à metade Sul do Estado. A média estadual de precipitação no mês foi de 97,4 milímetros (mm), frente à média histórica de 117,1 mm. Os dados são do Boletim Agrometeorológico do IDR-Paraná – Instituto de Desevolvimento Rural do Paraná – Emater- Iapar.

Com relação à agricultura, de maneira geral o clima favoreceu as culturas, que se desenvolveram dentro da normalidade. De acordo com o boletim, observa-se que a chuva ficou abaixo ou próxima da histórica em todas as regiões. O déficit se destacou na RMC, Oeste, Sudoeste, Centro e Sul paranaense. Nas demais regiões as chuvas permaneceram bem próximas das médias históricas.

 

As temperaturas máximas e mínimas de junho apresentaram grande variabilidade no Estado, muitas vezes dentro do mesmo município, não ocorrendo um padrão predominante. Em Fernandes Pinheiro, por exemplo, a temperatura máxima ficou 0,9oC acima da média histórica, já a temperatura mínima registrada foi 0,8oC abaixo da média histórica.

Na média, a temperatura máxima do mês de junho no Paraná foi 22,3oC, enquanto a média histórica é 22,2oC. A temperatura mínima foi 11,3oC e a média histórica é 11,7oC.

Quanto à ocorrência de geadas e ondas de frio, houve apenas a atuação de uma massa polar de fraca intensidade no período de 17 a 20 de junho provocando geadas leves e moderadas restritas ao Sul do Paraná.

MILHO 2ª SAFRA

As chuvas ocorridas no mês de junho beneficiaram o desenvolvimento e crescimento do milho segunda safra. Somente nas regiões que tiveram déficit hídrico intenso nos meses anteriores espera-se uma redução na produtividade.

De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), no final de junho 3% das lavouras estavam na fase de florescimento, 65% na fase de frutificação e 32% na maturação, com 3% da área colhida. Além disso, 82% das lavouras foram classificadas como em boa condição, 15% em condição mediana e 3% ruim.

FEIJÃO 2ª SAFRA

A maioria da safra de feijão do Paraná já foi colhida (90%). A seca ocorrida em abril e maio prejudicou o desenvolvimento, crescimento e produtividade de algumas lavouras de feijão. Estima-se uma redução na qualidade das lavouras que tiveram chuva na colheita. De acordo com a SEAB, no final de junho 59% apresentaram boas condições de desenvolvimento, 33% média e 8% ruim.

TRIGO E DEMAIS CEREAIS DE INVERNO

De acordo com a Secretaria, até o final do mês 96% do trigo foram semeados no Paraná. O clima favoreceu a cultura, que até o momento recebeu um quantitativo adequado de chuva para seu crescimento e desenvolvimento. O orvalho também contribuiu para a provisão de água para a cultura. Estima-se que 95% apresentaram condições boas e 5% medianas. Os demais cereais de inverno, como aveia, sorgo, cevada, centeio e triticale, também tiveram um bom desenvolvimento.

CAFÉ

Cerca de 30% do café do Paraná foi colhido em junho. O clima seco no final do mês favoreceu a colheita. O café colhido apresentou, na sua maioria, boa qualidade de bebida e grãos graúdos. No entanto, as floradas ocorridas em diferentes épocas causaram formação e maturação desuniforme dos grãos, o que tem dificultado os trabalhos de colheita.

No final do mês, a maioria das lavouras estava fase de maturação (94%) e o restante na frutificação (6%). De acordo com ao SEAB, 91% apresentaram boas condições de desenvolvimento e 9% condições médias.

PASTAGENS

As pastagens tiveram redução no desenvolvimento vegetativo, dificultando a produção de alimentos para o rebanho de leite e carne.

OLERÍCULAS

O tomate, cebola, batata e demais olerícolas registraram um bom desenvolvimento e produtividade.

MANDIOCA

O clima beneficiou a colheita da mandioca e a expectativa é de boa produtividade.

FRUTICULTURA

A colheita da laranja, uva, tangerina e demais frutíferas foram, em geral, favorecidas pelas condições climáticas de junho, em predominou um clima mais seco.

MANANCIAIS HÍDRICOS

Os rios, represas e córregos registraram níveis dentro da normalidade.

(Com AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)