Foto: Envato/Sou Agro
AGRICULTURA

Mudança no calendário do plantio de soja que não agradou o agro continua em debate

Mudança no calendário do plantio de soja que não agradou o agro continua em debate
Débora Damasceno
Débora Damasceno
Nós mostramos aqui no Portal Sou Agro que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, a Portaria nº 840 que alterou os calendários de semeadura de soja referente à safra 2023/2024 para 21 unidades da Federação. Só que este assunto não agradou em nada o agronegócio, é que a alteração diminui em 40 dias o trabalho dos produtores, o que pode refletir lá no resultado final. Inclusive várias entidades solicitaram o retorno do calendário anterior demonstrando preocupação com o setor. Pois bem, o tema chegou ao debate em Brasília, durante encontro dos sete secretários de Agricultura do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. O secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, avaliou o encontro como positivo. “Reputamos como uma agenda muito boa, qualificada e um bom entendimento por parte do presidente”, disse Ortigara. Segundo ele, as discussões serão reforçadas nos próximos dias, com vistas a ajudar o Brasil a enfrentar os desafios que se colocam na agropecuária. “É o ganha-pão do Brasil, o nosso principal negócio, por isso temos que defendê-lo”, justificou. O calendário de plantio da soja divulgado recentemente não atendeu os desejos dos dirigentes de entidades do agronegócio e dos produtores. No caso do Paraná foi estabelecido entre 11 de setembro e 19 de dezembro, quando o pedido era que se estendesse até o final de janeiro. O Estado produziu nesta safra 22,45 milhões de toneladas em uma área de 5,78 milhões de hectares. “Levamos ao conhecimento da Presidência da República para haja uma definição final”, explicou Ortigara. [caption id="attachment_51562" align="aligncenter" width="1280"]soja Reunião do Cosud em Brasília - Foto: AEN[/caption] GRIPE AVIÁRIA Além do calendário da soja,  eles conversaram sobre vários temas que envolvem a agropecuária, entre eles a gripe aviária para o País – são mais de 60 casos confirmados, a maioria em aves silvestres. A gripe viária (H5N1), uma doença detectada pela primeira vez no Brasil, Ortigara explicou que os estados vêm tomando várias medidas de vigilância e de atuação rápida e eficaz em todas as notificações. “Nesse momento pedimos uma participação mais efetiva do governo federal no enfrentamento dessa enfermidade”, disse o secretário do Paraná. IMPORTAÇÃO DE LEITE E REFORMA TRIBUTÁRIA Outra questão envolveu o excesso de importação de leite, que tem prejudicado os produtores brasileiros. A reforma tributária, que já passou pela Câmara dos Deputados e agora está sendo discutida no Senado, foi outro tema das conversas. O objetivo dos secretários é que o setor não seja impactado pelas mudanças. “Tratamos dos aspectos relevantes para não afetar em demasia o setor que produz”, afirmou Ortigara. CÓDIGO FLORESTAL Outro assunto abordado foi a relação entre o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica. “É um tema muito perigoso, que pode trazer instabilidade jurídica para todo o Brasil, mas especialmente para 17 estados”, ponderou o secretário da Agricultura do Paraná. PRODUÇÃO DE BORRACHA No encontro também se conversou sobre a produção de borracha, assunto mais focado em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e um pouco no Paraná. Segundo Ortigara, há um problema de incapacidade competitiva frente à importação com baixo imposto neste segmento, afetando o desempenho da indústria nacional. O Cosud reúne os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. (Com dados AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)