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Desidratação em equinos: entenda os sinais e perigos
A desidratação é uma preocupação importante quando se trata de cavalos atletas, tendo em vista que pode comprometer a saúde e o desempenho atlético dos animais. “Entre os fatores que aumentam o risco de desidratação e precisam de atenção maior, estão o clima quente – mais comum nesta época do ano – e os próprios exercícios físicos, que levam à produção de suor e causam perda de água por evaporação.
Outro ponto é que os equinos são extremamente exigentes quanto à qualidade da água. Assim, a mudança de ambiente – e, consequentemente, da fonte de água – pode ser mais um estímulo para que parem de bebê-la”, alerta o médico-veterinário Ricardo Moraes, gerente de marketing de equinos da Vetnil, uma das líderes em medicamentos e suplementos para a espécie no Brasil.
“A sudorese em equinos é um tópico extremamente importante. E até mesmo curioso, porque, diferentemente do que ocorre em humanos, o estímulo de sede não aumenta proporcionalmente à água perdida através do suor. Isso acontece porque, nessa espécie, o suor é isotônico, ou seja, conforme os cavalos suam, os fluidos do seu corpo não ficam mais concentrados. Isso porque a quantidade de eletrólitos perdida no suor dos cavalos é maior. Portanto, além de demorarem mais para ter um estímulo central de sede, ainda apresentam maior perda de minerais importantes por meio da sudorese”, complementa o médico-veterinário.
Em média, um cavalo adulto de 500 quilos pode ingerir de 20 a 50 litros de água por dia, mas esses valores podem variar consideravelmente de acordo com idade, prenhez, intensidade da atividade física exercida, transporte, umidade do ar, temperatura externa e dieta. Esses fatores interferem na quantidade de água demandada pelo organismo e a quantidade que é perdida para o ambiente.
“Diante desse desafio, é preciso estimular o consumo de água pelos equinos. Afinal, animais atletas em competições podem perder de 5 a 12 litros de água por hora apenas pelo suor, o que acarreta na redução de eletrólitos, elementos importantes para diversas funções orgânicas e necessários para compensar as perdas energéticas causadas pelo esforço físico”, salienta Ricardo Moraes.
Um importante aliado na prevenção da desidratação é o oferecimento de suplementos eletrolíticos, que estimulam o consumo da água, evitando complicações como cólicas por compactação, causadas por alimentos ingeridos que ficam “ressecados” no organismo e obstruem porções do intestino. “A suplementação atua na reposição dos eletrólitos perdidos pelo suor. Desse modo, ajuda a garantir o equilíbrio hidroeletrolítico dos animais expostos a condições de clima quente e rotinas intensas de treinos e competições.
Os eletrólitos têm um papel fundamental no estímulo da sede, já que aumentam a osmolaridade plasmática e fazem com que o animal passe a consumir água espontaneamente, o que é essencial para reposição dos fluidos perdidos. Deve-se focar especialmente na reposição dos conhecidos macrominerais, eletrólitos que são demandados em grande quantidade pelo organismo equestre, como sódio, potássio, cloro, magnésio e cálcio, além de também ser recomendado oferecer, conjuntamente, aminoácidos que são mais consumidos durante situações estressoras, como glicina e glutamina, além de componentes energéticos e ergogênicos, como a maltodextrina e betaína, respectivamente, especialmente para animais em prova.”, complementa o especialista.
(Com Texto Comunicação)