Cerveja brasileira: país recebeu US$ 131 milhões com exportação da bebida

Emanuely
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A cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no Brasil de acordo  com o anuário divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de 2022, em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria Cervejeira (Sindicerv). O relatório mostra que o país cresceu 12% no setor durante o ano passado. Com a abertura de 180 novos estabelecimentos, o país contabiliza cerca de 1.729 cervejarias.

O Estado de São Paulo é responsável pelo maior número de cervejarias do país (387), seguido por Rio Grande do Sul (310) e Minas Gerais (222). Em âmbito internacional, o Brasil está em terceiro lugar no ranking de maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. A projeção para 2023 indica que as vendas no território nacional devem atingir os 16 bilhões de litros, ou seja, 4,5% a mais do que o contabilizado em 2022.

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em comércio exterior, a expansão do setor no Brasil traz inúmeras vantagens, mas o especialista aponta que ainda é possível um aumento das exportações no segmento: “Somos um dos maiores exportadores de cerveja do mundo, mas ainda há possibilidades de avançarmos mais, principalmente com a abertura e a negociação com outros países”.

O executivo aponta que o anuário da cerveja mostra que a bebida foi exportada para  71 países, sendo a maioria deles para a América do Sul e tendo como principal destino o Paraguai. Em contraponto ao crescimento do setor, no mercado interno, os brasileiros diminuíram a procura pela bebida importada, principalmente nos últimos 10 anos, passando a consumir mais do produto nacional. Estima-se que, durante este período, o Brasil recebeu US$131 milhões com a exportação do produto e importou apenas US$15,7 milhões.

Hoje, a indústria cervejeira é um dos setores que mais contribui para a geração de empregos. Em todo o Brasil, a cerveja é responsável por criar 2 milhões de vagas diretas ou indiretas, cerca de 2% do PIB nacional. Com este avanço, grandes indústrias cervejeiras investem em outros setores nacionais, como por exemplo festivais e shows.

“Temos um mercado interno aquecido e acredito que o nosso futuro é promissor no segmento. Somos líderes de mercado em produtos que são ingredientes essenciais para as cervejas, então a possibilidade de um aumento na exportação nos próximos anos não é descartada”, ressalta Pizzamiglio.

Segundo Natália Pieruccini de Lucena, sócia administradora da NP Brewing Co,  um dos exemplos de empresas que apostam na importação de insumos para a produção da cerveja por meio da Efficienza,  “o mercado cervejeiro no Brasil cresceu muito nos últimos 10 anos, atravessando fronteiras devido a qualidade dos insumos utilizados na produção”, afirmou.

O grupo Heineken, por exemplo, é 100% brasileiro e o segundo maior em vendas no país, sendo dono de 20% do mercado nacional de bebidas. Apenas em 2022, investiu R$200 milhões em festivais ao redor do Brasil, atingindo cerca de 25 milhões de pessoas.

No país, eventos cervejeiros destinados à degustação de bebidas estão se tornando cada vez mais comuns. Um dos maiores festivais de cervejaria, que acontece em Belo Horizonte, atrai diversos turistas para a região, e o Festival Brasileiro da Cerveja, considerado um dos maiores eventos do país, acontece em Blumenau-SC e reúne amantes cervejeiros, especialistas e empresas internacionais do setor.

Além disso, festivais de cultura alemã também são grandes vitrines para marcas nacionais, como é o caso da Bauernfest, encerrada no último domingo (9) após reunir turistas de vários locais do Brasil na frente da primeira fábrica de cervejas do país, localizada próxima ao Palácio de Cristal, em Petrópolis-RJ. Em outubro, é a vez da Oktoberfest de Blumenau, evento tradicional da cultura alemã que também funciona como uma vitrine para o setor.

(Com Efficienza)

(Emanuely/Sou Agro)

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