Foto: PC/RS
SEGURANÇA

Áreas de preservação eram usadas para descarte ilegal de resíduos

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

No Rio Grande do Sul, a  Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou com apoio do Instituto Geral de Perícias e das Secretarias Municipais de Meio Ambiente dos municípios de Viamão e Alvorada, a Operação Kings of Trash em áreas de preservação. Foram cumpridos cumpriu cinco mandados de busca e apreensão referentes a crimes contra a flora e poluição.

A investigação, coordenada pela Delegada Samieh Saleh, identificou uma rede organizada, integrada por empresas de recolhimento de resíduos, popularmente conhecidas como “disque entulhos”, atuantes na região metropolitana de Porto Alegre. Além de utilizarem áreas verdes para o descarte de resíduos sólidos urbanos, o depósito do material tem por objetivo o aterramento da área, loteamento ilegal, para venda.

 

Por meio de vistorias e monitoramento nas áreas em conjunto com as secretarias municipais, foi identificado vultoso impacto ambiental em Área de Preservação Permanente (APP), em uma área de aproximadamente 5 mil m², atingida pela deposição ilegal de um volume estimado de 1 mil m³ de lixo.

Foram observados diversos tipos de materiais espalhados, com predominância de Resíduos Sólidos da Construção Civil – RSCC (tijolos, restos de reboco, telhas, etc.) e aterro proveniente de escavações. Também foram identificados produtos perigosos como latas de tinta, embalagens de óleo lubrificante e equipamentos eletrônicos, lixo doméstico, metais e pneus, além de pontos de queima de resíduos.

A degradação ambiental ocorreu na APP do Arroio Dorneles, tendo sido agravada por corte de vegetação da espécie Butiá odorata  (butiazeiro), que ocupava cerca de 1 mil m². Os butiazais, abundantes no Pampa até cerca de 50 anos atrás, foram aos poucos substituídos por outros usos da terra e hoje algumas espécies constam na lista de plantas ameaçadas de extinção.

Segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, empresas recolhedoras como os “tele entulho” devem destinar os resíduos a aterros licenciados, os quais executam a destinação adequada dos materiais. Da mesma forma, é necessária também a destinação correta de móveis, eletrodomésticos, lixo seco e poda de árvores, por exemplo, em locais controlados pelos órgãos ambientais.

Unidades de triagem municipais recebem materiais recicláveis, óleo de cozinha, isopor, eletrônicos, eletrodomésticos (quebrados ou funcionando), bem como itens possíveis de reutilização ou reaproveitamento (roupas, móveis e objetos usados possíveis de reutilização). Além disso, algumas localidades contam com coleta seletiva solidária e cooperativas de catadores.

(Com PC/RS)

(Débora Damasceno/Sou Agro)