Foto: Prefeitura de Jundiaí
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Febre maculosa pode ser prevenida com cuidados com animais de estimação

Liliane Dias
Liliane Dias
Foto: Prefeitura de Jundiaí

Na última semana, em São Paulo, três pessoas, que estavam presentes em uma festa em Campinas, faleceram devido a febre maculosa, uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida pela picada de um carrapato. De acordo com a Secretária de Saúde de Campinas, seis óbitos já foram confirmados pela doença e o local do evento está fechado até que apresente um plano de contingência ambiental.

A condição tem alta probabilidade de ser fatal e sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares e possíveis erupções cutâneas no local da picada. Quando tratada de imediato, pode ser curada.

“O agente causador é uma bactéria chamada Rickettsia. Como qualquer outra doença bacteriana, é tratada com antibiótico e suportes clínicos conforme quadro do paciente, que pode exigir hidratação e medicações para tratamento de sintomas”, explica Luiz Alves da Silva Neto, infectologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

É uma doença rara em que 62% dos casos no Brasil estão localizados na região sudeste do país. Em 2022, foram notificados 190 casos pelo Ministério da Saúde no país, sendo 25% em São Paulo. Além disso, a febre maculosa brasileira é considerada uma zoonose, doença transmitida de animais para seres humanos.

Ela se dá por contato direto com animais infectados ou indireto, por vetores (carrapatos, mosquitos e outros). A transmissão dessa doença, em específico, se dá por contato indireto através do carrapato. Ou seja, a capivara ou qualquer animal infectado não pode transmitir diretamente a febre maculosa. Entre os principais sintomas estão:

Febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos. Em situações mais graves aparecem sangramentos. Ela pode ser facilmente confundida com doenças de quadros hemorrágicos, como dengue e leptospirose.

Por isso, é importante estar atento aos animais de estimação em áreas rurais, ele pode se tornar um reservatório da bactéria causadora da condição se não tiver o cuidado de higiene correto durante uma viagem ou caso ele more em regiões de mata.

Afinal, a fêmea do carrapato estrela – espécie responsável pela transmissão – pode gerar cerca de 16 mil filhotes e, se estiver infectada pela Rickettsia, transmite a bactéria para todos eles. Além disso, os cães, principalmente, não costumam apresentar sintomas da febre maculosa.

Transmissão da bactéria requer 4 horas; Veja como prevenir

De acordo com o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Luiz Alvez é difícil estimar a probabilidade de ser infectado após a picada do carrapato, uma vez que o animal deve estar contaminado com a bactéria e ainda assim precisa de um parasitismo prolongado para que consiga transmitir a bactéria para o corpo humano.

“O carrapato leva essa bactéria pela picada no ser humano, mas não é uma picada qualquer. É necessário parasitismo, ou seja, o carrapato precisa ficar se alimentando do sangue humano por pelo menos 4 horas para que possa transferir essa bactéria ao organismo humano”, comenta o infectologista.

O especialista aponta que não existe vacina contra a febre maculosa, mas existem formas comportamentais de prevenir a doença.

Evitar locais com alta transmissão;
Se frequentar regiões de mata, use roupas longas (de preferência roupas claras) que auxilia na identificação da presença de carrapatos;
Use repelentes.
O Ministério da Saúde também aponta que a doença pode ser mais comum entre os meses de junho e novembro por se tratar do período em que predominam as formas jovens do carrapato estrela, chamadas também de micuins.

O infectologista também ressalta que é essencial se atentar aos sintomas por serem parecidos com os de outras infecções e necessitarem de assistência médica imediata para curar a doença e evitar fatalidades.

Outra medida que pode evitar a proliferação do aracnídeo é cortar a grama rente ao solo no mínimo uma vez por ano durante a época em que chove mais. Dessa forma, os ovos do carrapato ficam expostos ao sol e não vingam por conta dessa iluminação.

(Liliane Dias/Sou Agro)

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