CAFEICULTURA

Cafés especiais: segmento cresce no Brasil

Emanuely
Emanuely

#sou agro| O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. O setor finalizou a safra de 2022, ano de bienalidade positiva, com um volume de 50,92 milhões de sacas do grão beneficiado. Esse ano, a produção brasileira de café pode atingir 54,94 milhões de sacas, segundo a Conab.

Essa posição leva cada vez mais uma bebida de qualidade das fazendas de café aos consumidores brasileiros e dos 145 países importadores.

Porém, dentro do segmento de cafés especiais ainda há muito a ser feito. Com consumidores cada vez mais exigentes, o mercado de café especial é uma excelente oportunidade de diferenciação do produto.

Confira a seguir o que são os cafés especiais, conheça a produção nacional e dados de consumo para explorar esse mercado.

O que são cafés especiais?

No Brasil, a produção de cafés especiais é crescente, tanto que cerca de 20% dos cafés exportados pelo país são dessa categoria.

Esse crescimento tem atraído diversos agricultores e cafeicultores em muitas regiões do país, que buscam fazer a transição para o ramo. Mas, o que é, de fato, um café especial?

Para Gerson Silva Giomo, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, existem diversas formas para se definir um café especial.

Essas definições consideram desde aspectos produtivos na lavoura, no processamento pós-colheita e na industrialização do produto (torrefação dos grãos).

“Os cafés especiais passam por rigoroso controle de qualidade em todas as etapas de produção. Com isso, conseguimos eliminar todos os tipos de grãos defeituosos ou grãos indesejáveis que possam prejudicar a qualidade da bebida”, ressalta Giomo em entrevista à Agrishow Digital.

O pesquisador do IAC indica também a definição de cafés especiais no âmbito mundial. “Um café é considerado especial quando atinge pontuação mínima de 80 pontos em uma escala internacional de avaliação sensorial de cafés especiais, conforme proposto pela Specialty Coffee Association (SCA) e normatizada pelo Coffee Quality Institute (CQI)”, explica.

De acordo com a Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA, usada no mundo todo, café especial é aquele que atinge, no mínimo, 80 pontos (da escala que vai até 100 pontos), sendo avaliados os seguintes atributos:

  • Fragrância ou aroma;
  • uniformidade;
  • ausência de defeitos;
  • doçura;
  • sabor;
  • acidez;
  • corpo;
  • finalização;
  • harmonia;
  • conceito final.

No âmbito do Brasil temos também a classificação oficial brasileira (COB), onde se considera que um café é especial quando apresenta bebida “mole”, na prova de xícara.

Nessa classificação há uma equivalência entre a classificação oficial brasileira e a nota SCA (resultado final) em relação à qualidade da bebida, onde:

  • 85 pontos SCA ou acima – Bebida estritamente mole na classificação COB;
  • 80 pontos a 84 pontos – Bebida Mole;
  • 75 a 79 pontos – Bebida Apenas Mole;
  • 71 a 75 pontos – Bebida Dura Limpa.

Assim, na classificação oficial brasileira, os cafés especiais correspondem aos cafés que têm Bebida Mole, descrita como adocicada, de sabor agradável e sem qualquer tipo de adstringência, ou seja, sem excesso de taninos na bebida.

Na prática, pode-se considerar que a principal característica de um café especial é a excelente qualidade de bebida percebida pelo consumidor.

“Alguns atributos sensoriais da bebida, como aroma, sabor, doçura e acidez se tornam bastante relevantes para caracterizar um café especial, que além de ter equilíbrio entre esses atributos não apresenta adstringência e nenhum sabor desagradável ao paladar”, conclui Giomo.

(Com agência)

(Emanuely/Sou Agro)