AGRONEGÓCIO
Arroz tem preço recorde em quatro meses, aponta pesquisa
O arroz teve preço recorde nos quatro primeiros meses do ano. A informação é de uma pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O recorde considera o período de anos anteriores desde o início da série histórica do Cepea, que começou em 2005. De janeiro a abril de 2023, o indicador mostra que o preço do arroz em casca no mercado do Rio Grande do Sul teve média de R$ 88,08 a saca de 50 quilos.
Além de recorde nominal para o período, a média ficou 7,4% superior à verificada no último quadrimestre de 2022 e 0,20% maior que a de janeiro a abril de 2022, quando o valor era de R$ 87,91 a saca, a segunda maior da série histórica.
- Edital de reforma de pontes em Jacarezinho e região tem classificação final
- Oeste do Paraná recebe evento para discutir solos, vegetação fluvial e sistemas de produção
No campo, a colheita da safra 2022/23 de arroz está na reta final no estado, com estimativa de produção menor que a da temporada anterior e com divergência de qualidade entre as regiões, em função do clima desfavorável em parte do cultivo.
Sobre a safra
O Instituto Rio Grandense do Arroz estima que a produção de arroz no Estado na safra 2022/2023 pode chegar a 7,1 milhões de toneladas, uma redução de 7,8% em relação à safra anterior, que registrou 7,7 milhões de toneladas. Na safra atual, foram semeados 839.972 hectares de arroz irrigado no Rio Grande do Sul.
A diretora técnica da autarquia, Flávia Tomita, explica que a estimativa de redução da produção se deve à diminuição em 12% da área semeada, situação agravada por uma perda de 15.120 hectares por causa da estiagem. De acordo com Flávia, 85% das perdas ocorreram na Fronteira Oeste do Estado.
A safra sofreu influência, pela terceira vez consecutiva, do fenômeno climático La Niña, que reduz a frequência e o volume das chuvas no Rio Grande do Sul. A Metade Oeste do Estado foi a mais atingida, impactando negativamente as regiões produtoras Central, Campanha e Fronteira Oeste. Essa última foi a mais castigada.
De setembro a março, as precipitações e a umidade relativa do ar ficaram abaixo da média e a radiação solar e a temperatura foram superiores ao que é normalmente esperado. Esses fatores levaram a uma evaporação bem acima do patamar considerado favorável, principalmente nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Apesar da redução de área e da perdas pela estiagem, algumas regiões apresentam alta produtividades na safra atual, fator que minimiza os impactos dos problemas climáticos sobre as áreas que ficaram comprometidas pela falta de água para irrigação.
A semeadura na época recomendada, o aumento de áreas em rotação/sucessão de culturas e o uso de cultivares de alto potencial produtivo, com destaque a Irga 424 RI, semeada em 54% da área orizícola do Estado, estão garantindo uma produção suficiente para abastecer o mercado interno.