Inseminação artificial avança na pecuária brasileira e resultados são extraordinários
#souagro| O assunto agora é genética. Em Uberaba, Minas Gerais durante mais uma edição do Road Show, onde 27 jornalistas e influenciadores do agro de 11 estados diferentes dentro de um ônibus percorreram mais de 2 mil quilômetros. O portal Sou Agro, representado pelas jornalistas Débora Damasceno e Sirlei Benetti, visitaram a Alta Genetics e a Genex para saber mais de genética e inseminação artificial.
Começando pela Alta, encontramos uma sede que foi pensada estrategicamente para ter os melhores resultados genéticos da pecuária bovina. Com capacidade para alojar 500 touros, eles ficam em piquetes de cerca de 1.200 metros quadrados, com baia e muita sombra natural. A dieta é servida no cocho, 100% balanceada, feita sob medida, com nutrientes que estimulam a boa produção de sêmen. Esse é o foco.
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A sede foi construída em formato circular. Isso facilita o manejo dos touros que não andam mais que 200 metros na hora da coleta do material genético. Com espaço para armazenar e exportar os sêmens, a Alta é reconhecida no mundo todo pela qualidade dos materiais.
O diretor da Alta Genetics afirma que se o produtor entender o ciclo para a inseminação, ele não vai pensar duas vezes. Vai investir na tecnologia.
“Para quem enxergar o ciclo como ele é, vai inseminar o máximo possível agora. Só que o produtor não vê isso. O produtor é imediatista. Aí ele começa a vender vacas é nesse momento que é momento de comprar e não de vender, porque lá na frente vai ganhar dinheiro”, detalha Heverardo Rezende de Carvalho, diretor da Alta Genetics Brasil.
Mesmo a Alta estando em Minas Gerais, os olhares estão voltados para o nosso Sul do país.
“O Paraná é um estado Extraordinário. A nível de uso de tecnologia, de uma maneira geral, é o que realmente faz a diferença. Então, eu não tenho o que falar do Paraná. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas usam muito a tecnologia. Isso é o que há de melhor”, disse Heverardo.
A Alta está presente em mais de 90 países e possui central de coleta de sêmen no Canadá, EUA, Europa, China, Argentina e Brasil.
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GENEX
Ainda em Minas Gerais nós também visitamos a Genex, empresa que também é referência em genética. E é aqui que vamos detalhar a vocês como funciona todo processo da coleta do sêmen. Muita gente nem imagina como isso funciona. É bem simples, na verdade é feito na tentativa de deixar o mais natural possível.
O touro é estimulado algumas vezes, na presença de uma vaca, novilha, ou até outro touro mesmo, que aqui eles chamam de vitrine.. é para que ele solte o sêmen. Depois de algumas treinos no estimulo, é hora de colocar o coletor, que é um equipamento que simula a vagina da vaca e é onde o sêmen é depositado.
É tudo bem rápido, para não perder a qualidade do material. Depois é hora de levar pra análise no laboratório.
“Para esse sêmen coletado dos touros, seja ele de que raça for ou a categoria que for, ele vai para o laboratório imediatamente para processamento, industrialização e então a gente faz uma pré análise de viabilidade desse sêmen e quantidade de espermatozoides viáveis. A gente tem um padrão mínimo exigido pelo pelo ministério. A gente trabalha até acima desse padrão mínimo de quantidade de espermatozoides viáveis dentro de uma paleta de sêmen. Para que isso? Para que a gente tem a garantia de que aquela palheta, quando utilizada, ela vai nos ter total probabilidade de nos dar uma prenhez. Feito esse processo de análise no laboratório, ele passa por todo um processo para o congelamento onde ele tem validade indeterminada e dali a gente faz a comercialização”, explica Guilherme Galerani, diretor de marketing e inovação da Genex.
E a genética bovina tem ganhado cada vez mais espaço na pecuária de corte e de leite.
“A gente vem evoluindo esse gado que a gente chama de geneticamente superior e hoje, com advento da inseminação artificial, principalmente a gente democratizou essa genética. Então, tanto o pequeno produtor que tem dez vaquinhas lá, ele pode contratar um veterinário, fazer um programa de teste, por exemplo, inseminar os animais líderes do sumário, os animais geneticamente superiores e comprovados. Porque antigamente a gente tinha apenas o comparativo visual fenótipo. Hoje, os sumários trazem toda a expectativa. Somado ainda à parte genômica e enfim, aí a tecnologia vem nos dando uma grande contribuição. E se você pegar dados, por exemplo, de abate nos últimos quatro anos, você vê uma diferença grande no tamanho das carcaças abatidas, na quantidade de rendimento de carcaça e também, lógico, crescendo a genética para expressar todo esse potencial. A gente precisa de uma nutrição adequada, uma saúde animal adequada e compondo aí toda essa qualidade”, diz Cristiano Botelho, executivo da Asbia que é a Associação Brasileira de Inseminação Artificial.