Foto: Gabriel Aquere
AGRONEGÓCIO

Equipe de trabalho vai medir carbono em propriedades leiteiras

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Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Uma equipe de trabalho vai medir carbono em propriedades leiteiras. O avanço da pecuária leiteira como atividade estratégica nos sistemas produtivos sustentáveis e o balanço da emissão de carbono em sistemas agropecuários estão no foco do trabalho que vem sendo desenvolvido em conjunto pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e pela Embrapa Pecuária Sul. Juntas, as entidades darão início a elaboração de uma estratégia com vista à captação de R$ 4 milhões, valor necessário para a aquisição de um conjunto de quatro medidores com os quais será possível iniciar as aferições em rebanhos gaúchos. “Para viabilizar a compra, vamos trabalhar para apresentar uma proposta ao Fundoleite e também levá-la aos parlamentares gaúchos, visando a destinação de recursos através de emendas”, detalha Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

Segundo Fernando Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, os equipamentos buscados para dar início ao processo medem os gases metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e, opcionalmente, oxigênio (O2) e hidrogênio (H2) de animais individuais. De acordo com o especialista, também é possível agregar dados de emissões e determinar médias de rebanho. “A atuação conjunta das instituições para a descarbonização da produção de leite no RS, tem como base a expertise já existente no centro de pesquisa com a avaliação do balanço de carbono em bovinos de corte É um passo inicial para realizarmos pesquisas que gerem protocolos para redução das emissões por unidade de leite produzida”, disse.

Durante a reunião realizada na sede da Embrapa em Bagé, a pesquisadora Cristina Genro também apresentou a Prova de Emissão de Gases (PEG), metodologia que vem sendo utilizada nas pesquisas pelo instituto e que buscam mensurar a emissão de gás metano (CH4) por reprodutores bovinos. Segundo ela, o teste visa identificar os animais que têm menor emissão de metano em se considerando cada quilo de alimento consumido e o quilo de peso vivo produzido.

“A Embrapa pode contribuir na avaliação dos sistemas de produção leiteira quanto à emissão de Gases de Efeito Estufa, na formação de Unidades de Referência Tecnológica com as boas práticas para se conseguir uma produção de leite com sustentabilidade, de baixo carbono, assim como na capacitação e transferência de tecnologia para os produtores de leite gaúchos”, destaca.

Conforme Gustavo Martins, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sul, outra ação prevista é a realização de um seminário sobre pesquisa e métodos de medição de carbono em propriedades leiteiras, a ser oferecido por Sindilat/RS e Embrapa, durante a Expointer 2023.

A produção de leite com menor impacto ambiental é uma preocupação que deve dar o tom das linhas de investimentos nos próximos anos. Conforme Palharini, atento a isso, o setor lácteo gaúcho foi um dos primeiros a abrir debate junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul sobre a qualificação e a monetização dos créditos de carbono, tema que foi abordado em reunião do Sindilat/RS, no dia 28/02, com a presença do presidente, Guilherme Portella, e da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.

Com Embrapa

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)