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AGRICULTURA

Baixa demanda faz preço do milho continuar despencando

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Os preços do milho seguem em queda no Brasil, com desvalorizações ainda mais expressivas registradas nos últimos dias. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores vem da menor demanda, ou seja menor busca pela compra do produto, e também da melhora no ritmo da colheita da safra verão (que eleva a oferta em todas as regiões) e do desenvolvimento satisfatório da segunda safra.

Nesse cenário, produtores vêm priorizando a colheita da soja (que deve registrar produção recorde), e compradores se mantêm afastados das aquisições de milho, à espera de quedas ainda mais intensa nos preços, principalmente no segundo semestre, quando se inicia a colheita da segunda safra.

Matheus Galisteu é consultor em Gerenciamento de Riscos da StoneX, e em conversa no ano passado ele já havia explicado os fatores que causam essa queda no preço.

“Primeiro a gente precisa entender a dinâmica de preços do milho no Brasil, que em regra acompanha o piso que é paridade de exportação e o teto que é paridade de importação. Pra gente entender o preço hoje e a perspectiva de futuro, eu quero lembrar que em 2021, na safrinha, a gente teve baixas produtividades, teve uma quebra do milho safrinha causada pelo La Niña e por geadas também. Naquele momento o milho chegou a bater mais de de R$ 100 por saca”, detalha Matheus.

Acontece que as previsões não se confirmaram e as lavouras de milho se desenvolveram muito bem, com resultados positivos e com mais oferta de milho no mercado.

“A medida que essas geadas elas não foram concretizadas e a lavoura foi se consolidando, a gente tem visto boas produtividades com o aumento de oferta desse grão no mercado interno naturalmente que os preços eles tendem a ceder.  Hoje o preço ele está acompanhando a paridade de exportação que é influenciada por Chicago, pelos prêmios dos Portos e pelo Dólar”, explicou Matheus.

(Com Cepea)

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)