Amaranthus palmeri - Foto: Embrapa
AGRONEGÓCIO

Soluções biológicas são eficazes no controle de pragas que atacam plantas

Amaranthus palmeri - Foto: Embrapa
Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Um dos grandes desafios dos agricultores brasileiros é o controle de nematoides fitopatogênicos, ou seja, organismos, ou pragas, que atacam plantas e causam prejuízos de cerca de R$ 35 bilhões por ano ao campo, de acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN). Segundo a mesma pesquisa, a soja é a cultura mais afetada e metade das perdas ocorrem em lavouras da leguminosa, algo em torno de R$ 16 bilhões.

Para Eduardo Ivan, Gerente de Produtos Biológicos da BRANDT do Brasil, empresa de inovação tecnológica focada em nutrição, fisiologia vegetal e proteção de plantas, a identificação dos diferentes nematoides fitopatogênicos é o primeiro passo e base do manejo integrado para o controle eficiente. “A amostragem de nematoides é a base do manejo integrado e, com a identificação correta, o produtor poderá direcionar melhor suas ações de controle, como rotação de culturas, uso de cultivares mais resistentes, uso de nematicidas químicos e bionematicidas”.

Biodefensivos agrícolas  

O Brasil é exemplo no uso de biosoluções na agricultura para controle de pragas. De acordo com a Kynetec, empresa de consultoria e pesquisa de mercado, os bioinsumos movimentaram R$ 2,9 bilhões na safra 2021/22, com crescimento de 67% frente à safra anterior. Entre as categorias mais comercializadas de bioinsumos, os bionematicidas representaram a maior fatia, movimentando R$ 1,15 bilhão, 40% do total.

“É um mercado novo, em plena expansão, mas que já se provou no tempo e deve entregar muitas inovações nos próximos anos. Esse cenário se deve à grande profissionalização do setor e ao alto investimento em pesquisa e desenvolvimento, o que resulta em produtos que entregam alta eficiência”, comenta o especialista.

Entre os bionematicidas, os produtos formulados com bactérias têm sido amplamente utilizados por se associarem às raízes das plantas. Eles crescem em sinergia com a planta e, ao mesmo tempo, produzem substâncias antibióticas que protegerão as raízes. “Esse processo cria uma espécie de ‘escudo biológico protetor’, conhecido pela ciência como biofilme. Entretanto, nem toda bactéria é nematicida e nem toda bactéria nematicida é eficiente para certas espécies de nematoides”, explica.

A genética dessas bactérias influencia diretamente na eficiência do controle de nematoides, considerando aspectos como virulência, velocidade de crescimento, produção de antibióticos e capacidade de associação com as raízes. Por isso, a seleção genética desses organismos e o desenvolvimento de produtos para o controle de uma determinada espécie de nematoide são fatores determinantes para o sucesso da operação. Porém, além da genética, existem outros fatores importantes a considerar.

“Tão importante quanto a genética, a formulação têm seu peso no resultado. A formulação do produto irá garantir melhor aplicabilidade, maior tempo de validade em temperatura ambiente e compatibilidade com outros produtos, garantindo que expressem seu maior potencial de controle”, afirma Ivan.

A tecnologia de aplicação contra as pragas, somada à genética e formulação formam uma sólida tríade de sucesso no controle de nematoides e demais pragas agrícolas. “Nada adianta se não nos atentarmos à tecnologia de aplicação, levando em consideração parâmetros como o volume de calda recomendado, ponta de aplicação, adjuvantes e pH adequados, entre outros”, afirma.

Pesquisa e Desenvolvimento  

A BRANDT  recentemente firmou parceria de exclusividade com a AgBio, uma empresa especializada no descobrimento e desenvolvimento de agentes biológicos, que possui um corpo técnico com dez pesquisadores, entre doutores e mestres, nas áreas de nematologia, bioprocessos, formulação, fitopatologia, bioinformática, química e fisiologia vegetal.

Juntamente com a AgBio, a atual equipe de tecnologia de aplicação é uma fortaleza da BRANDT do Brasil e, no setor de fertilizantes especiais, a companhia já acumula vários anos de experiência e resultados. A mesma equipe também fomentará e suportará todo o desenvolvimento das biosoluções futuras.

“O controle de pragas é um desafio no Brasil e o produtor tem se importado cada vez mais com esse mal invisível. A boa notícia é que a cada ano surgem novas ferramentas de controle advindas de pesquisa e inovação, eficientes e menos impactantes ao meio ambiente e à sociedade”, finaliza Ivan.

Com Assessoria

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)