Demarcação de terras indígenas: mais de 500 famílias de agricultores podem ser afetadas

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Mais de 500 famílias de agricultores em Santa Catarina devem ser afetadas se houver demarcação de terras indígenas na região. A afirmação foi do secretário de Agricultura do estado, Valdir Colatto, em entrevista à jornalista Kellen Severo.

As áreas que podem ser demarcadas produzem soja, milho, arroz e leite.  Recentemente, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, sinalizou que mais de dez áreas do Brasil estão prontas para serem demarcadas.

O secretário de agricultura comenta que por conta da dificuldade de conciliação, há possibilidade de que o tema seja resolvido na Justiça. O planejamento é de que o governo de Santa Catarina peça para o STF (Supremo Tribunal Federal) adiar a votação do Marco Temporal das Terras Indígenas no Plenário da Corte, prevista para 2023.

Segundo o secretário,  o temor é de que haja, então, uma decisão contrária ao direito de propriedade, ao respeito à Constituição e ao respeito ao agricultor com a demarcação.

O Marco Temporal estabelece que índios podem contestar demarcações de terras para áreas que estavam ocupadas por eles até a promulgação da Constituição em 1988. As áreas indígenas representam 13,75% do território brasileiro em todos os biomas do País.

Um estudo feito pelo Instituto Pensar Agropecuária revela que se o STF decidir pelo fim do marco, a área prevista salvaria para 27,8%.

A presidente do STF Rosa Weber disse que quer colocar o tema em votação antes da sua aposentadoria, que é no segundo semestre deste ano e se reuniu com pelo menos três lideranças indígenas que pediram a retomada do julgamento.

Com informações da jornalista Kellen Severo

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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