Foto: AEN

Parcerias vão incentivar pesquisas em sustentabilidade e alimentação no PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), firmou  duas parcerias institucionais estratégias para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas nas áreas de sustentabilidade e alimentação saudável.

O primeiro documento é um protocolo de intenções com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para a elaboração de um edital conjunto voltado ao desenvolvimento de projetos de pesquisas, no âmbito do Fundo Verde e de Equidade. Esse fundo foi aprovado pela diretoria do BRDE no fim do ano passado, para o apoio de iniciativas pautadas no desenvolvimento socioambiental. O vice-governador Darci Piana também assinou o documento.

O edital dessa parceria, que será publicado ainda no primeiro semestre, prevê a aplicação de recursos públicos da ordem de R$ 3,2 milhões, sendo R$ 1,2 milhão do banco e R$ 2 milhões da pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Do montante da Seti, R$ 1,2 milhão será do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico e R$ 800 mil da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, instituição de amparo à pesquisa, vinculada à Secretaria.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destacou a importância das pesquisas acadêmicas para atender demandas da sociedade. “A ciência contribui para os avanços na saúde, na alimentação, no meio ambiente e em muitos outros campos. E as parcerias científicas como essas impactam na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, com reflexo também no setor produtivo”, afirma o gestor. Ele reforçou a orientação do governador Carlos Massa Ratinho Junior para que os ativos tecnológicos paranaenses estejam a serviço da população.

 

Para além das instituições de ensino superior, o edital será aberto à participação de instituições de pesquisa científica e tecnológica que integram o ecossistema de inovação paranaense.

“O BRDE irá destinar parte do seu lucro para apoiar projetos verdes e de equidade com recursos não reembolsáveis. Esse primeiro edital irá apoiar projetos de pesquisa tecnológica e inovação, nos temas do Banco Verde, que serão realizados nas universidades estaduais do Paraná”, detalhou o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski, sinalizando a previsão de publicação do edital para março deste ano.

BANCO VERDE

O planejamento do BRDE busca tornar a instituição em banco verde, inclusive com a oferta de novas linhas de financiamento para projetos na área da sustentabilidade. No ano passado, por exemplo, o banco alcançou a marca de 79,5% de aderência a, pelo menos, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas operações de crédito.

O banco também aplicou R$ 1,21 bilhão nas chamadas operações verdes, o que equivale a 27,3% dos contratos relacionados a diversos ODS, principalmente o ODS 12 (produção e consumo sustentáveis) e o ODS 13 (ação climática). Desse montante, R$ 128 milhões foram destinados para projetos relativos à equidade de gênero (ODS 5) e R$ 70 milhões para ações de tratamento, uso ou reciclagem de resíduos.

Entre os temas estão sustentabilidade e proteção da água; prevenção e controle de poluição; proteção e restauração da biodiversidade; mitigações e adaptações às mudanças climáticas; transição para uma economia circular; agropecuária resiliente e sustentável; e equidade e inclusão econômica e cidadã.

ALIMENTOS SAUDÁVEIS

A segunda parceria consiste em um memorando de entendimento com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), órgão de pesquisa da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). O objetivo é promover a estruturação de linhas de pesquisas, relacionadas à produção e consumo de alimentos saudáveis. A parceria envolve o Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), da empresa Prati Donaduzzi, e a Fundação Araucária.

Nesse cenário de mudanças de práticas alimentares, a nutrigenômica, área que estuda a influência da alimentação nos genes humanos, apresenta potencial para o desenvolvimento de pesquisas científicas aplicadas. Esse novo conceito vem assumindo posição de destaque nos setores produtivos acadêmico e empresarial e gerando oportunidade para uma nutrição personalizada com base nos genótipos das pessoas.

A diretora técnica do Ital, Eloísa Elena Corrêa Garcia, associa a pesquisa ao processo de inovação no setor de alimentação saudável. “Nosso objetivo é buscar oportunidades de projetos de pesquisa em comum para valorização da cadeia produtiva de alimentos, através da inovação em processos tecnológicos e ingredientes saudáveis, áreas que estão entre as prioridades do Ital e nas quais nosso corpo técnico possui competências complementares às dos ecossistemas paranaenses de biotecnologia e genômica”, salientou.

O Ital lidera a Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis (PBIS), uma iniciativa que reúne pesquisadores para desenvolver estudos e metodologias para a produção e obtenção de ingredientes mais saudáveis, segundo as necessidades da indústria e dos consumidores.

(Com AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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