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AGRICULTURA

Doenças nas lavouras de café deixam produtores em alerta

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Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Doenças nas lavouras de café deixam produtores em alerta. O elevado volume de chuvas que as lavouras do arábica vêm recebendo desde o início do ano traz preocupação para os produtores.

A maior umidade vem aumentando a incidência de doenças nos cafezais e dificultando a entrada de maquinários em algumas áreas, que fariam justamente pulverizações para controle.

Alguns produtores consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), especialmente da região de Minas Gerais, relatam proliferação de ferrugem e aparecimento de phoma. De um modo geral, as doenças vêm sendo observadas em regiões cafeeiras com histórico recente de adversidades climáticas intensas que, por sua vez, interferiram nas condições das plantas.

A primeira estimativa para a safra de café em 2023 aponta para uma produção de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Mesmo neste ano de bienalidade negativa, a previsão inicial sinaliza uma produção 7,9% superior à colhida em 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas. As informações são do 1º Levantamento da Safra de Café 2023, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (19).

A área total destinada à cafeicultura no país em 2023, contabilizando as duas espécies mais cultivadas no país (arábica e conilon), totaliza 2,26 milhões de hectares, aumento de 0,8% sobre a área da safra anterior, com 1,9 milhão de hectares destinados às lavouras em produção e 355,5 mil hectares em formação. “Vale destacar que, nos ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, que só entrarão em produção nos próximos anos”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Nas últimas safras, a estabilidade na área brasileira de café tem sido compensada pelos ganhos de produtividade, representado pela mudança tecnológica observada na produção cafeeira no país”.

Para o café arábica, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, o que impacta positivamente sobre a perspectiva nacional, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras. “De maneira geral, há um aumento na área total do país em produção em relação ao ciclo passado, bem como uma estimativa de incremento na produtividade média, impulsionado, particularmente, pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná”, explica o superintendente substituto de Informações da Agropecuária, Rodrigo Souza. “Assim, a expectativa de produção neste primeiro levantamento é de 37,43 milhões de sacas de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022”.

Com Cepea e Conab

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)