Foto: Gustavo Castro

Brasil vai ajudar no avanço internacional de políticas de recursos genéticos animais

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Gustavo Castro

Os constantes desafios à produção de alimentos em âmbito internacional têm exigido da comunidade científica internacional mais do que exercícios na busca de equilíbrio ambiental para garantir alternativas seguras e sustentáveis aos sistemas agroalimentares. Acompanhando sistematicamente as mudanças climáticas e seus impactos nos diferentes sistemas e continentes, pela primeira vez a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) incluiu a temática micro-organismos relacionados ao rúmen de bovinos, caprinos e ovinos  para análise na vertente de recursos genéticos animais. A novidade foi um dos temas discutidos na 12ª Sessão de Roma do Grupo de Trabalho Técnico Intergovernamental sobre Recursos Genéticos Animais para Alimentação e Agricultura.

Representante do Brasil para as ações da FAO em recursos genéticos animais, o pesquisador Samuel Paiva, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), comenta que existem uma série de micro-organismos importantes a serem analisados, considerando todas as discussões sobre mudança de clima e a  emissão de gases.“A manipulação da microbiota que habita o rúmen é um dos temas com grande potencial de crescimento na pecuária e desenvolvimento de novos produtos”, observa Paiva. Segundo ele, os participantes da Grupo de Trabalho receberam e darão início a análise de documentos sobre o impacto dos micro-organismos nos recursos genéticos animais e o que tem sido feito no mundo quanto ao assunto. “Faremos contatos com pesquisadores e professores da Embrapa e de Universidades e demais Instituições para que o Brasil possa contribuir para revisão dos documentos apresentados durante a reunião”, adianta o pesquisador.

“Na Embrapa e no país faremos contatos a nível internacional para que o Brasil possa contribuir para a elaboração de um documento e enviar sugestões a serem avaliadas na reunião da FAO, em  julho deste ano”, adianta o pesquisador. Mas o principal tema discutido pelo grupo foi o início dos trabalhos para a coleta de dados para a elaboração do Terceiro Relatório do Estado da Arte dos Recursos Genéticos Animais no Mundo, que deverá ser publicado em 2027.

Também está na lista de prioridades tiradas da reunião de Roma a colaboração da Embrapa para melhoria e atualização de dados a serem inseridos no Sistema de Informação sobre Diversidade de Animais Domésticos (DAD-IS), mantidos pela FAO. A Empresa tem um papel importante à frente do grupo, especialmente por ter um dos bancos de dados mais completos e que já contribui para a atualização do DAD-IS, que é o Alelo Animal – sistema que coloca o Brasil em destaque por conta da atualização dos dados. Segundo Paiva reuniões por videoconferencia  começarão em março com os países da região. Um dos objetivos é preencher a lacuna que existe de informações das raças de animais domésticos de produção existentes nos países. “Infelizmente a nossa região (América Latina e Caribe) é uma das que menos conhece seus recursos genéticos animais. É necessário integrar os trabalhos e fazer ações para reduzir essa lacuna”, comenta Samuel Paiva.

Com Embrapa

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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