AGRICULTURA
Pesquisa mostra crescimento da busca por alimentos orgânicos na pandemia
Pesquisa mostra crescimento da busca por alimentos orgânicos na pandemia. O projeto, realizado com agricultores e consumidores de alimentos agroecológicos na cidade de São Paulo, durante a pandemia da Covid19, mostrou que houve mudanças na relação entre consumidores e seus fornecedores e nos valores compartilhados entre eles, no contexto das redes alimentares alternativas da cidade, que passaram a buscar alimentos mais saudáveis e a valorizar a proximidade com os produtores, em contraposição à impessoalidade que existe na relação com supermercados.
A avaliação, que contou com a contribuição de uma cooperativa de agricultores orgânicos sediada em São Paulo, evidenciou a urgência da transformação dos sistemas alimentares em direção a práticas mais sustentáveis na agricultura.
A pesquisa buscou compreender se a pandemia provocou mudanças qualitativas na relação de proximidade e nos valores compartilhados entre agricultores e consumidores nas redes de alimentos orgânicos da cidade. Além disso, analisou os impactos sociais e os caminhos escolhidos para o estabelecimento dessa proximidade, obtendo o perfil dos que buscam esses alimentos por meio de redes alternativas, as mudanças dos hábitos alimentares durante esse período e as motivações que os fazem optar por esse tipo de consumo.
Do total de entrevistados, 67% afirmaram ter iniciado o consumo de alimentos orgânicos na idade adulta e 24% o fizeram em um passado recente, motivados pelo contexto da pandemia.
Quase um quarto dos respondentes mudou seus hábitos alimentares com a chegada da pandemia. Não somente devido às medidas de isolamento social, mas também por outras razões, sendo a maior parte das respostas (84%) concentrada em quatro motivos: preocupação com a saúde (32%), maior conscientização ambiental, social e política sobre os impactos dos agrotóxicos (24%), apoio e valorização da agroecologia e de práticas sustentáveis (14%) e aumento da oferta de estabelecimentos que vendem orgânicos (14%).
As demais respostas (16%) abordaram questões diversas, como a praticidade de iniciativas on-line que entregam orgânicos em casa, percepção de que os preços praticados pelas redes de alimentos orgânicos são mais acessíveis se comparados aos dos supermercados e maior disponibilidade de tempo para organizar a rotina diária de alimentação.
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