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Pão francês está mais caro no PR; saiba o que o agro tem a ver com isso

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

O pão francês já está mais caro no Paraná. O valor subiu nos últimos dias na maior parte das panificadoras pesquisadas pela nossa equipe de reportagem. Chamou a atenção o valor praticado em duas delas, que ficam na cidade de Cascavel: em poucos dias, em um dos estabelecimentos, o preço subiu de R$ 0,50 a unidade para R$ 0,60. Dez centavos de diferença.

Em outro estabelecimento, o valor subiu de R$ 15 para R$ 16,98 o quilo. Mas o que o agro tem a ver com isso? Tudo.

 

A produção de trigo no Paraná sofreu bastante com o tempo. A lavoura recém-plantada enfrentou a geada. Perto da época de colheita, em setembro e outubro, chuva que não parou mais. O resultado disso foi a perda da produção, que nós também já tínhamos adiantado aqui no portal Sou Agro.

De acordo com informações do Deral (Departamento de Economia Rural), havia uma expectativa em produtividade do Paraná de quatro milhões de toneladas do grão. Só com a geada isso já baixou para 3,8 milhões de toneladas e agora a expetativa está em fechar em 3,56 milhões de toneladas.

 

“A gente plantou mais que na outra safra e colheu menos e com qualidade muito inferior por conta do clima. Por isso é que o preço da saca do trigo já aumentou e deve aumentar ainda mais”, explica Hugo Godinho, técnico do Deral Paraná.

Essa elevação de preço pode ser vista na própria cotação agropecuária que nós aqui do Portal Sou Agro fazemos diariamente. No dia 19 de outubro o preço da saca de trigo de 60 quilos estava com preço médio de R$ 96,00 em várias regiões do Paraná. Na cotação desta segunda-feira, 31 de outubro, o preço médio gira em torno de R$ 103,30.

E é claro que sendo este o principal ingrediente do pão francês o pão nosso de cada dia vai ficar ainda mais caro. O Paraná é o maior produtor de trigo do Brasil, então o que aconteceu na lavoura por aqui deve refletir nos preços em todo o País.

Atualmente, a demanda chega a 13 milhões de toneladas, mas o país importa cerca de 50% do que é consumido internamente. Apesar da expectativa de nos próximos anos o Brasil ser autossuficiente na produção de trigo, o resultado desta safra vai sim tornar os derivados mais caros.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)