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Funcionários de multinacional são presos por fraudar classificação de grãos

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Três funcionários terceirizados de uma multinacional do agronegócio foram presos por fraudar a classificação dos grãos comprados pela empresa. A investigação da Polícia Civil do Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), identificou e prendeu os suspeitos em Lucas do Rio Verde. Eles foram autuados em flagrante por estelionato e associação criminosa.

A investigação começou para apurar indícios de fraudes identificadas no processo de classificação de grãos na unidade da empresa de agronegócio, em Lucas do Rio Verde. Conforme a apuração, classificadores, contratados de forma terceirizada, estavam fraudando o processo, trocando amostras de grãos e durante a classificação não eram observadas as normas técnicas da empresa.

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O FLAGRANTE

Na sede da multinacional, os policiais civis conseguiram apurar o modo como três classificadores agiam e toda a ação foi registrada por câmeras de segurança. As cargas que tiveram a classificação fraudada saíram de uma empresa em Sorriso. Nesta semana, a equipe policial acompanhou o processo de classificação de grãos em tempo real e constatou a fraude em mais uma leva, em que os três funcionários atuavam.

O trio foi abordado e os caminhões de grãos que passaram pelo processo classificatório, conduzido pelos suspeitos, foram enviados para uma nova classificação realizada por uma empresa certificadora, que confirmou a fraude.

 

COMO O ESQUEMA FUNCIONAVA

Em entrevistas aos policiais da GCCO, um dos funcionários responsáveis pelas fraudes disse receber até R$ 800,00 por carregamento e repassava aos demais. Um dos suspeitos disse que o esquema era coordenado pelo colega, de 46 anos, que também foi preso e era a pessoa que mantinha contato com algum classificador de grãos na origem, na empresa em Sorriso.

Todos os caminhões tiveram amostras analisadas para avaliar percentuais de impureza, fermentação, avarias e umidade e apresentaram diferenças entre os valores detectados na empresa de origem e na empresa de destinação, em Lucas do Rio Verde.

 

Um dos exemplos das amostras avaliadas foi a classificação de umidade, que em um caminhão deu percentual de 10,10%. Na nova avaliação, feita pela empresa certificadora e acompanhada por um perito nomeado, o percentual saltou para 13,50%. Outra amostra, de grãos fermentados quando o caminhão chegou à empresa, o percentual foi de 16,30%, enquanto que na nova avaliação esse número passou para 38,60%.

Os três funcionários foram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Lucas do Rio Verde, onde foram autuados e presos em flagrante. A ação investigativa contou com apoio da delegacia do município. A investigação da GCCO prossegue para identificar se há outras pessoas envolvidas no esquema criminoso.

(Débora Damasceno/Sou Agro  com PC/MT)

(Fotos: PC/MT)

(Débora Damasceno/Sou Agro)