Aumenta o transporte ferroviário de celulose para exportação pelo Porto de Paranaguá - Paranaguá, 30/03/2021 - Foto: Rafael Chuí
TECNOLOGIA

Avança processo da obra que vai centralizar descarga ferroviária de grãos no PR

Aumenta o transporte ferroviário de celulose para exportação pelo Porto de Paranaguá - Paranaguá, 30/03/2021 - Foto: Rafael Chuí
Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Avança obra que prevê centralização da descarga ferroviária de grãos no Paraná. A Comissão Permanente de Licitação abriu os envelopes do certame do projeto Cais Leste do Porto de Paranaguá, conhecido como “Moegão”.

Um consórcio, formado por três empresas de engenharia arrematou o edital. A proposta vencedora foi de R$ 592,7 milhões para elaboração do projeto executivo e execução da obra. Também foi aberto o envelope contendo a documentação técnica exigida pelo edital (cerca de 1.500 páginas).

 

A partir de agora começa o período para análise do material e prazos de recursos. Somente após esses intervalos e a homologação dos resultados é que serão divulgadas as empresas participantes, segundo a Comissão.

Com a sessão desta quarta-feira, a Portos do Paraná cumpre mais uma etapa para o desenvolvimento do projeto executivo e realização da obra, que prevê a centralização da descarga ferroviária de grãos e farelos em uma moega exclusiva no Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá.

 

“Depois de quase dois anos de preparação e projeto básico, a gente chega à primeira fase da etapa externa que é essa, de apresentação das proponentes e seus preços”, comentou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, que também acompanhou a sessão.

O consórcio, segundo Garcia, reúne grandes empresas e apresentou uma proposta interessante, que será analisada antes de seguir para a segunda etapa, de habilitação. “Estando tudo de acordo com a documentação, a expectativa é que, muito em breve, tenhamos condição de assinar o contrato, para enfim, dar início à obra tão importante para o complexo portuário do Paraná”, destacou o gestor.

 

Além da moega exclusiva para cargas que chegam pela ferrovia, a proposta abrange, também, a reestruturação dos acessos dos Terminais da Região Leste do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais rodoviário e ferroviário.

“É uma obra que muda o conceito de operação ferroviária no Porto de Paranaguá. Talvez, a maior obra da história dos portos do Paraná”, disse Garcia.

 

O que será feito

Nesta contratação ocorrerá a obra da fase 1:

  • – Moega ferroviária composta por três linhas de recebimento de grãos com capacidade para descarga simultânea de três vagões cada;
  • – 1,7 km de galerias para transportadores de correia;
  • – 4,8 km de correias transportadoras totalmente enclausuradas com capacidade de projeto de 2000 t/h (correias de 54”), para transporte do produto descarregado na Moega Ferroviária diretamente nos terminais logísticos da área portuária;
  • – O sistema de descarga ferroviária será concentrado em uma moega ferroviária exclusiva e o escoamento se dará por correias transportadoras totalmente enclausuradas, de forma a não permitir emissões de material particulado para a atmosfera.

Características:

  • – Capacidade para 180 vagões simultâneos;
  • – três linhas independentes;
  • – 11 terminais interligados;
  • – Expectativa de + 24 milhões de toneladas de grãos e farelos/ano;
  • – 900 vagões/dia (300 vagões em cada uma das três linhas);
  • – 60 vagões por lote, a cada 3,5 horas;
  • – 15 composições diárias (com 60 vagões cada), cinco encostes diários e aumentando gradativamente ao longo de dez anos;
  • – Vagões passarão de 65 t para 80 t.

Benefícios

  • – Mais organização no trânsito e no fluxo dos modais;
  • – Redução do ruído da buzina dos trens;
  • – um navio de grão = 1.200 vagões x 1.800 caminhões;
  • – Custo 30% menor e 73% menos CO2 na atmosfera;
  • – Redução de 16 para cinco interferências rodoferroviárias.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Aen)

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)