AGRICULTURA
Saiba como reduzir custos na produção de algodão
#souagro| Um estudo feito pela Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa constatou que é possível reduzir custos em até 13% na produção de algodão. Experimentos ocorrem no sistema on farm, enquanto a cultura é desenvolvida, sem alterar a rotina da propriedade.
Durante o estudo, os pesquisadores avaliaram a variabilidade de espaço e de tempo da área agrícola na safra 2019-2020, com uso de tecnologias de alta precisão para encontrar a dosagem ideal de insumos na lavoura.
Esse sistema de gerenciamento agrícola permite acompanhar e analisar informações por meio de tecnologias que facilitam a tomada de decisão por produtores.
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Com o uso de técnicas de agricultura de precisão, é possível usar os insumos de forma mais racional e também as doses adequadas.
Na terceira e última fase, o projeto, que deve ser finalizado até fim do ano, propõe a entrega de tecnologias habilitadoras validadas e experiências geradas como um modelo de aplicação para implementar a agricultura de precisão no sistema produtivo do algodão no Mato Grosso.
Doses combinadas
De grande importância econômica para o Brasil, quinto maior produtor mundial, a cultura do algodão é também considerada muito exigente, por apresentar riscos e investimentos maiores. No entanto, o aumento nos investimentos na cultura não é proporcional ao aumento da produtividade esperada. Por isso, o Instituto Mato-Grossense do Algodão vem apostando no uso de ferramentas de agricultura de precisão, de forma mais intensa, para reduzir custos e aumentar a produtividade.
Para tentar equacionar o desequilíbrio entre os gastos e os rendimentos, um grupo de 16 profissionais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Embrapa Agricultura Digital (Campinas – SP), Embrapa Soja (Londrina – PR) e do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), uniram esforços e competências para que a pesquisa fosse viabilizada.
Os resultados dos experimentos on farm, com aplicação da taxa variada de insumos foram apresentados pelo pesquisador Júlio Franchini, da Embrapa Soja, no dia 23, na Famato Embrapa Show, realizada de 22 a 24, em Cuiabá (MT).
De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Carlos Manoel Pedro Vaz, da Embrapa Instrumentação, a proposta do experimento on-farm consistiu em encontrar a combinação ideal de dosagens dos insumos avaliados, que propiciassem a maior produtividade. “Neste modelo, é possível gerar curvas de resposta para aplicação de insumos, importantes para apoiar a definição de estratégias, quando se trata de taxa variável”, afirma Vaz.
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Além disso, a pesquisa também objetivou motivar os produtores a realizarem experimentos on farm para avaliar a produtividade e os custos da lavoura, usando o potencial das máquinas disponíveis na propriedade, que já vêm com ferramentas de AP embarcadas. O primeiro passo consistiu na avaliação da variabilidade espacial de três talhões de duas fazendas no Mato Grosso quanto aos índices de vegetação da cultura, condutividade elétrica, altimetria-declividade e textura do solo. Todas as camadas de dados obtidas, então, foram correlacionadas com os mapas de produtividade dos respectivos talhões.
Veículos aéreos não tripulados, conhecidos como vants ou drones, integraram o conjunto de ferramentas utilizadas para captação de imagens, além de satélites e dos recursos já embarcados nas próprias máquinas agrícolas.
A aplicação dos insumos foi realizada de acordo com as informações obtidas das análises de condutividade elétrica, índice de vegetação, textura do solo, entre outras, e conforme a arquitetura das parcelas virtuais, cuja quantidade foi relativa ao número de combinações propostas. Ou seja, foram aplicadas 4 dosagens de nitrogênio, 3 populações de sementes e 3 dosagens do regulador de crescimento para os dois talhões da Fazenda Três Lagoas, com 4 repetições, resultando em 144 parcelas virtuais.
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Resultados expressivos
De acordo com o estudo, as combinações compostas para os dois talhões da fazenda Três Lagoas resultaram em ganho de 13% e 11% em relação à produtividade média das unidades de cultivo. “No caso do talhão, com ganho de 13% de produtividade, a combinação de insumos que proporcionará maior lucratividade resultará da aplicação de 13 sementes por metro, 564 mililitros (mL) de regulador de crescimento por e aplicação de 200 kg de nitrogênio por hectare, resultando em produtividade de 343,4 arrobas por hectare”, explicou Vaz. Uma arroba equivale a 15 kg.
A análise do talhão da fazenda Tucunaré, realizada por zona de manejo, apontou que a produtividade atingiu 320 arrobas por hectare, considerando que a média era de 285,3 arrobas/ha. Vaz calculou que o ganho foi de 12% com a aplicação de 8 sementes por metro, 200 kg de nitrogênio e 220 mL de regulador de crescimento por hectare.
(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Embrapa)