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Agricultura sustentável está na mira dos incentivos de pesquisas

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Sustentabilidade é um dos temas dessa geração e tarefa urgente para diversos segmentos da sociedade. Na agricultura e pecuária o tema é recorrente e tem mobilizado esforços do Governo do Estado, produtores, lideranças e profissionais do setor. Os profissionais do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), que atuam em campo ao lado dos agricultores, têm trabalhado em diversas frentes para manter a produtividade do meio rural utilizando os recursos naturais de maneira responsável.

O IDR, através do trabalho de pesquisadores e extensionistas, tem tecnologias que são capazes de reduzir o uso de agrotóxicos, contribuir para a conservação dos recursos hídricos, manter ou melhorar a fertilidade do solo e ainda mitigar os efeitos da erosão no meio rural. Ações como essas apontam para uma convivência muito mais equilibrada entre o produtor rural e o meio ambiente.

 

Entre as grandes áreas estão Agroecologia (estudo da agricultura desde uma perspectiva ecológica), Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), a produção sustentável de grãos com o Manejo Integrado de Pragas e Doenças da soja (MIP/MID), o sistema de plantio direto na palha, a Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF) e o turismo rural.

De acordo com Richard Golba, coordenador estadual de Sustentabilidade Ambiental do IDR-Paraná, o ser humano sempre fez uso dos recursos naturais, mas a necessidade de rever essa relação aumentou nas últimas décadas. A demanda por minérios e energia também preocupa setores ligados ao meio ambiente. “Na agricultura conseguimos aumentar a produção nos últimos anos, mas ainda não alcançamos a plenitude de sustentabilidade ambiental desejada. Temos muitos desafios a serem superados e estamos conquistando novos e melhores cenários com ações concretas nos municípios paranaenses”, afirmou.

 

Golba destaca que o IDR-Paraná uniu extensão rural e pesquisa, disponibilizando amplo acervo de conhecimento ao produtor. “Buscamos qualificar e fortalecer nosso trabalho para que extensionistas e pesquisadores deem o suporte necessário ao produtor. Trabalhamos para corrigir as inconformidades do modelo de produção que existia no passado em relação ao modelo que o mundo exige hoje em dia”, ressaltou.

Para ele, modernizar a agropecuária significa mudar a atitude, o que depende também do envolvimento dos agricultores. “A tecnologia não se restringe a investimentos em máquinas e insumos, mas ela entra na diminuição do impacto ambiental. Temos que trabalhar à luz da ciência para dar soluções seguras ao produtor, garantindo a sua produtividade e a preservação das condições do ambiente para isso”, observou. “Tecnologias como o Plantio Direto de Hortaliças e o Monitoramento Integrado de Pragas e Doenças diminuem a emissão dos gases causadores do efeito estufa”.

 

Para Golba, também é preciso considerar o contexto de pressão do mercado. “De maneira errônea, muitos produtores estão suprimindo passos de um plantio direto mais eficiente. Muitos produtores acreditavam que o plantio direto resolveria os problemas de solo. Porém, o que temos visto é erosão e perda de água nas propriedades”, disse. “Ao seguir esse modelo, muitos produtores deixam de fazer a rotação de culturas, prática que propicia a cobertura do solo e a melhoria do ambiente, contribuindo para a construção da fertilidade do solo”.

Uma pesquisa recente, conduzida pelo pesquisador Tiago Telles, do IDR-Paraná, mostrou que o custo da erosão do solo é da ordem de R$ 2,1 bilhões/ano no Brasil. “As plantas vivas recomendadas pelo IDR melhoram a infiltração da água no solo, aumentando o volume de água nos lençóis freáticos, e ajudam ainda a resistência das lavouras a períodos de estiagem e a manutenção das nascentes. Precisamos olhar para o solo com mais cuidado”, explicou.

O IDR-Paraná vem executando um programa de grande importância para a sustentabilidade agropecuária do Estado, o Prosolo-Paraná. A iniciativa envolve diversas instituições: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Federação da Agricultura do Paraná, Sistema Ocepar, Itaipu Binacional, Sanepar, Copel e Federação dos Trabalhadores da Agricultura. Em agosto sete seminários em todo o Estado vão aumentar a divulgação do projeto.

COOPERATIVISMO

Outra importante ação de sustentabilidade de participar ativamente de alguma associação ou cooperativa. “É o caminho mais seguro para o agricultor trilhar rumo a uma agricultura mais sustentável. Na medida em que soma forças, o produtor compartilha problemas e soluções para questões de mercado, acesso a insumos e ao conhecimento que pode ser aplicado na sua propriedade”, aconselhou Golba.

 

Ele acrescenta que o agricultor deve analisar onde está, do ponto de vista ambiental, e reconhecer os objetivos que ainda precisa alcançar. E, além disso, se o projeto requerer financiamento, ele pode contar com apoio do Estado por meio de programas como o Banco do Agricultor.

“Basta buscar os escritórios do IDR-Paraná, as cooperativas e empresas de planejamento agropecuário para discutir o assunto. Sustentabilidade é uma questão econômica e humanitária. Nosso esforço é unir a pesquisa e a extensão, chegando mais facilmente numa agricultura mais verde”, disse Golba.

(Fonte e foto: AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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