TECNOLOGIA
Brasil bate recorde em energia solar; veja a participação do agro
#souagro | O Brasil vem conquistado o seu lugar ao sol, quando o assunto é energia solar fotovoltaica. O País acaba de atingir a marca de 1 milhão de sistemas de geração de energia instalados. Um feito a ser comemorado, mas ainda há um longo caminho pela frente. Deste total, a agricultura e a pecuária respondem por 7,7%, pouco, diante da grandiosidade exercida por essas atividades no território brasileiro. A informação foi confirmada nesta terça-feira ao jornalista Vandré Dubiela, do Portal Sou Agro, em entrevista concedida pela vice-presidente do Conselho da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Bárbara Rubim.
Hoje, a energia solar gerada no Brasil corresponde a 10,6 Gigawatts de potência. Os sistemas estão instalados em telhados, fachadas, pequenos terrenos e em áreas rurais. A capacidade instalada da geração distribuída solar, que são as usinas com até 5 MW edificadas no próprio local de consumo ou próximo a ele, ultrapassou a das grandes usinas da fonte no País, representando 67% da potência total.
A liderança é ocupada pelos consumidores residenciais tanto em quantidade de sistemas conectados à rede, totalizando 77,6%, quando de potência instalada, referente a 45,4%, conforme números repassados pela Absolar. Os pequenos negócios vêm na sequência, envolvendo os setores de comércio e serviços, com 12,5% das conexões e 32,3% da potência.
Desde 2012, foram investidos R$ 57,4 bilhões em energia solar por parte do setor privado, a partir da regulamentação para a geração distribuída pela Agência Nacional de Energia Elétrica. “2022, poderá ser o melhor ano da energia solar já registrado desde então. A expectativa é de que a potência operacional instalada dobre, superando 17 GW”, estima Bárbara Rubim.
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Dentro do contexto do sistema de energia solar instalado, o agro ocupa a terceira colocação, com 13,7%. “O Brasil tem um potencial enorme para a geração de energia e o proprietário rural consegue extrair várias sinergias dessa oportunidade”, comenta Bárbara Rubim. “Temos disponibilidade de área com possibilidade de integrar o sistema fotovoltaico com a produção rural”, complementa. Segundo ela, é uma tendência chamada de agrofotovoltaico.
Um dos pontos positivos que tem impulsionado o setor envolveu a oferta de linhas de financiamento específicas para o consumidor rural, como o Pronaf Mais Alimentos, por exemplo. “São tendências que apontam um crescimento para o segmento rural na geração própria de energia solar”.
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Em nível mundial, os países com maior adesão ao sistema de energia solar são China, Alemanha e Estados Unidos. O Brasil está entre os 15 países que mais investem nessa tecnologia, isso em relação à capacidade acumulada, mas se for olhar para a instalação de energia, o Brasil salta para a 4ª posição.
Essa marca de 1 milhão de sistemas instalados no Brasil corresponde a 1,3% dos consumidores de energia do Brasil. Conforme a Absolar, atualmente são 88 milhões de unidades consumidoras de energia no País.
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O estado com maior geração própria de energia solar no País é Minas Gerais (17%). Neste ranking, o Paraná ocupa a quinta posição, com 5%. Os maiores desafios ainda são a popularização da energia solar e a desburocratização.
O avicultor e piscicultor Eliezer Cherpinski, do Sítio Cano de Pedra, pertencente à comunidade de Bela Vista, em Cafelândia, está rindo à toa. “Queria ter colocado esse sistema 20 anos atrás”, resume, em tom de satisfação pelas resultados obtidos a partir da implantação das 170 placas fotovoltaicas que garantem energia limpa na propriedade. Antes de aderir ao sistema, o custo mensal do produtor com energia elétrica oscilava entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. Ele financiamento o sistema em 10 anos mas acredita que pagará o investimento em no máximo 7 anos. “Quem ainda não implantou ou está pensando, não demore, porque vale muito a pena”.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)