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Produtores de seda debatem preocupação com deriva de agrotóxicos

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

Representantes do setor de sericultura do Estado do Paraná se reuniram no Parque de Exposições Ney Braga, durante a ExpoLondrina, para discutir diversos temas ligados ao segmento. A ação é parte do Silk Talk. O principal ponto de discussão foi o combate à deriva de agrotóxicos, que vem desestimulando os sericicultores e é um dos principais gargalos da produção.

O debate teve mais de 150 inscritos. Eles ouviram palestras sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, discutiram maneiras de boas práticas para evitar prejuízos e conheceram o plano de ações integradas de combate à deriva de agrotóxicos do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater). O problema causado pela deriva afeta as amoreiras, que são utilizadas como alimento para os bichos-da-seda e são extremamente sensíveis aos agrotóxicos.

O plano de ação pretende ampliar a capacitação de técnicos e agricultores, além da inspeção dos pulverizadores agrícolas, e também implementar um aplicativo para georreferenciar todas as propriedades. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) ainda trabalha na elaboração de uma nova legislação para disciplinar a questão da aplicação de agrotóxicos nessa cultura.

 

O presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, participou do evento e fez questão de ressaltar o apoio que o instituto presta aos sericicultores do Estado. “Com certeza o desafio merece uma discussão completa para que possamos passar por este momento de angústia”, afirmou.

Quem apresentou o plano de ações integradas de combate à deriva de agrotóxicos do IDR-Paraná foi o coordenador de sericicultura do instituto, José Francisco Lopes Junior, que falou sobre os principais pilares para o combate, que vão desde o planejamento para a prevenção até ações para correção. “É necessário traçar toda uma estratégia para evitar problemas com a deriva. Estamos dialogando com todo o sistema estadual do agronegócio e estamos conseguindo avançar aos poucos. Vamos melhorar toda essa legislação para proteger os produtores”, afirmou.

A sericicultura é uma atividade importante para a economia de diversos municípios paranaenses. Em todo estado 1.613 produtores se dedicam à criação do bicho da seda e cultivam 3.205 hectares com amoreiras. Em 2019, a sericicultura foi responsável por um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 53 milhões no Paraná, impactando particularmente a economia de 165 municípios, com uma atividade que garante renda por nove meses ao ano. O Brasil produz 3,025 mil toneladas de casulos e o Paraná é responsável por 83% do volume.

 

SILK TALK

O Silk Talk Conexão Agroecológica é uma promoção da Sociedade Rural do Paraná, UEL (Universidade Estadual de Londrina), Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento), IDR-Paraná e Bratac Seda.

ESTANDE DA SEDA

O estande “Seda Brasil: o fio que transforma” oferece uma série de palestras e treinamentos para interessados em atuar na produção de bichos-da-seda no Paraná. Ele funciona até o dia 10 e está localizado na Via Rural (Fazendinha). Segundo a coordenadora do projeto e professora do Departamento de Design (CECA), Cristianne Cordeiro Nascimento, o Seda Brasil vai oferecer oficinas de pintura e macramê em seda, além de oficinas de tecelagem manual e palestras, sempre focadas no produtor rural interessado em trabalhar com a cultura.

Nesta segunda ocorreram as oficinas de Pintura em Seda e de Macramê com Fios de Seda, coordenadas por Cristianne e pela instrutora Eduarda Regina de Veiga. Nesta terça (5) e quinta-feira (7), será realizada a oficina de Tecelagem Manual, das 9h30 às 11h30, em dois dias.

Nesta quarta (6) será ofertada a palestra “Inovações Tecnológicas da Sericicultura”, das 16h às 17h, ministrada por Rafael Ratochinsk de Almeida. Na quinta (7), das 10 às 11 horas, será realizada a palestra “Conhecendo o Bicho-da-seda”, ministrada por Renata da Rosa, do Departamento de Biologia Geral (CCB), e Jaqueline Fernanda Dionísio. No mesmo dia, também será realizada a palestra “Novos Produtores em Sericicultura”, das 16 às 17 horas, com Celso Urbano Filho, técnico agrícola da Fiação de Seda Bratac. Por fim, nesta sexta-feira (8), das 16 às 17 horas, ocorre a palestra “Criação-manejo do bicho-da-seda”, com Evandro Massaru Kasama.

O estande de sericicultura disponibiliza, ainda, uma pequena estrutura que contém bichos-da-seda em diferentes estágios de desenvolvimento, desde o estágio larval. Durante o processo, o bicho-da-seda é alimentado de folhas de amoreira, único alimento consumido pelo animal.

 

(Fonte e fotos: AEN)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)